São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002

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AÇÃO

De dar inveja

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

O Super Surf, o circuito brasileiro de surfe profissional, segue mantendo a tradição de ser altamente competitivo. Em seu terceiro ano de existência, após 15 etapas, são 14 diferentes vencedores. A exceção é o alagoano Tânio Barreto, que já venceu duas vezes.
Outro sinal dessa competitividade são as dificuldades que os brasileiros que disputam o Mundial e participam do Super Surf vêm encontrando. Peterson Rosa e Victor Ribas dividem a 38ª posição, enquanto Marcelo Nunes e Fabio Gouveia, a 42ª. É certo que os quatro somam um resultado a menos que os líderes, disputaram só duas etapas em 2002, mas a "combinação" (quando o atleta precisa de duas notas -mais de dez pontos) imposta nas quartas-de-final pelo catarinense Pedro Norberto (29º no ranking nacional) a Rosa, melhor brasileiro no Mundial, é emblemática.
Outra evidência dessa disputa é a diferença que separa os dez primeiros do ranking. Menos de 10% distanciam o primeiro colocado Andréas Eduardo (1.800 pontos) do décimo, Joca Júnior (1.630). E Maicon Rosa, o segundo, está a apenas dez pontos do líder.
E foram eles, Andréas e Maicon, que protagonizaram a final da terceira etapa do ano, concluída domingo em Itamambuca, Ubatuba (SP). Andréas venceu e pela primeira vez um catarinense assumiu a ponta do Super Surf.
Maicon, apesar de abrir a bateria decisiva com a melhor nota do duelo, acabou superado pela regularidade de Andréas.
Se por um lado a liderança do ranking dava um brilho especial à bateria final, por outro, as ondas, domingo, demoravam a entrar, o que comprometeu um melhor desempenho dos finalistas. Ainda assim, Ubatuba, que já havia sido o melhor palco do Super Surf em edições anteriores, manteve a fama e justificou o fato de ser a etapa preferida dos atletas.
Diferente dos anos anteriores, quando as datas e as locações comprometeram melhores condições de ondas, em 2002, nas três primeiras etapas, o mar ajudou. E, pelo calendário do segundo semestre, assim deve continuar.
Ubatuba concluiu o que pode ser chamado de fase paulista do circuito. Agora vem a fase carioca. A próxima etapa será em Saquarema (RJ), com início no fim do mês, em setembro, será na praia da Joaquina (SC), e o desfecho, em novembro, no Rio.
Entre as mulheres, a rivalidade também é forte. Na sexta, a atual campeã, Andréa Lopes, bateu o recorde de pontos da prova, até então com Wagner Pupo. Pouco depois foi a vez de Jacqueline Silva não só superá-la como bater o recorde feminino da história do Super Surf. E na sucessão de quebras veio Tita Tavares, quarta no ranking mundial, para, com 26,33 pontos, estabelecer o novo recorde do circuito brasileiro.
Apesar do feito, Tita acabou barrada por Brigitte Mayers nas quartas-de-final. Jacqueline Silva, a outra brasileira no Mundial, ficou em segundo, e Andréa Lopes venceu a prova e abriu boa vantagem no ranking.
O Super Surf é atualmente o circuito nacional mais bem organizado e com a melhor premiação do mundo. São R$ 600 mil distribuídos em seis etapas, além de duas picapes Saveiro para os campeões. Para um circuito cujo histórico, ao longo de 16 anos, foi marcado por cancelamentos e ameaças de continuidade, a atual situação é de dar inveja, inclusive a americanos e australianos.

Sob nova direção
O brasileiro Renato Hickel será o novo ""tour director" da ASP. Depois de 22 anos dirigindo o circuito mundial de surfe, o australiano Al Hunt anunciou sua aposentadoria.

Proteção para pele
A Vicunha e a Ciba Química desenvolveram, e a Antiqueda é a marca de lançamento da malha UV.Pro, com fator 50. A camiseta oferece dez vezes mais proteção que a convencional.

Mais um
Bob Burnquist pode juntar à sua coleção de prêmios o oferecido pela ESPN Internacional. A entrega do ESPY será hoje, nos EUA.

Bodyboard
A primeira das seis etapas do Circuito Paulista Petrobrás acontece neste fim de semana na praia do Tombo, Guarujá (SP).

E-mail sarli@revistatrip.com.br



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