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Blatter diz ver "escravidão moderna"
Presidente da Fifa critica contratos longos entre clubes e atletas e defende a saída de Cristiano Ronaldo
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Fifa, Joseph
Blatter, denunciou ontem o
que ele chamou de ""escravidão
moderna". O suíço criticou os
longos contratos entre jogadores e clubes e pediu aos dirigentes do Manchester United que
deixem Cristiano Ronaldo se
transferir para o Real Madrid.
""O principal é respeitar também o jogador", falou Blatter à
Sky News, sobre a blindagem
de jogadores com vultosas cláusulas de rescisão contratual.
""Se o jogador quer jogar em
outro lugar, então é preciso encontrar uma solução porque, se
fica em um clube em que não se
sente bem, não será bom nem
para ele nem para o clube", disse Blatter, que sugeriu que dirigentes de Manchester e Real
""se sentem em torno da mesma
mesa" para falar do português.
""Estou a favor sempre de
proteger o jogador. A partir de
agora, vamos tentar intervir
nesse tipo de caso. A reação à
Lei Bosman é firmar contratos
de longa duração de forma que,
quando o jogador quer sair, não
tem outro remédio senão comprar os anos de contrato que
ainda tem", afirmou Blatter.
Cristiano Ronaldo tem contrato com o Manchester United
até 2012. O clube diz que o atacante ""não está à venda", mas o
Real Madrid oferece até 85
milhões por ele, que já manifestou algumas vezes o desejo
de jogar no futebol espanhol,
em especial no Real Madrid.
Ontem, Cristiano Ronaldo
respaldou as palavras de Blatter. ""Estou completamente de
acordo com o presidente da Fifa. O que ele disse está correto,
mas não quero falar mais", disse o favorito a melhor jogador
do mundo da Fifa deste ano.
O craque português receberia mais de 9 milhões anuais
de salário no Real Madrid, que
lhe ofereceu contrato de cinco
anos. ""Não há acordo com o
Real Madrid e ainda não sei se
vou jogar na próxima temporada", falou o jogador, que se recupera de cirurgia e deve jogar
entre 10 e 12 semanas.
O Manchester United disse
em comunicado que todos os
seus jogadores ""assinam contratos após livre e aberta negociação, a maioria após consultar agente registrado na Fifa".
William Gaillard, conselheiro do presidente da Uefa, Michel Platini, também se pronunciou: ""É bom lembrar as
pessoas que os escravos, em todos os sistemas de escravidão,
nunca receberam salários".
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