São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Blatter diz ver "escravidão moderna"

Presidente da Fifa critica contratos longos entre clubes e atletas e defende a saída de Cristiano Ronaldo

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, denunciou ontem o que ele chamou de ""escravidão moderna". O suíço criticou os longos contratos entre jogadores e clubes e pediu aos dirigentes do Manchester United que deixem Cristiano Ronaldo se transferir para o Real Madrid.
""O principal é respeitar também o jogador", falou Blatter à Sky News, sobre a blindagem de jogadores com vultosas cláusulas de rescisão contratual.
""Se o jogador quer jogar em outro lugar, então é preciso encontrar uma solução porque, se fica em um clube em que não se sente bem, não será bom nem para ele nem para o clube", disse Blatter, que sugeriu que dirigentes de Manchester e Real ""se sentem em torno da mesma mesa" para falar do português.
""Estou a favor sempre de proteger o jogador. A partir de agora, vamos tentar intervir nesse tipo de caso. A reação à Lei Bosman é firmar contratos de longa duração de forma que, quando o jogador quer sair, não tem outro remédio senão comprar os anos de contrato que ainda tem", afirmou Blatter.
Cristiano Ronaldo tem contrato com o Manchester United até 2012. O clube diz que o atacante ""não está à venda", mas o Real Madrid oferece até 85 milhões por ele, que já manifestou algumas vezes o desejo de jogar no futebol espanhol, em especial no Real Madrid.
Ontem, Cristiano Ronaldo respaldou as palavras de Blatter. ""Estou completamente de acordo com o presidente da Fifa. O que ele disse está correto, mas não quero falar mais", disse o favorito a melhor jogador do mundo da Fifa deste ano.
O craque português receberia mais de 9 milhões anuais de salário no Real Madrid, que lhe ofereceu contrato de cinco anos. ""Não há acordo com o Real Madrid e ainda não sei se vou jogar na próxima temporada", falou o jogador, que se recupera de cirurgia e deve jogar entre 10 e 12 semanas.
O Manchester United disse em comunicado que todos os seus jogadores ""assinam contratos após livre e aberta negociação, a maioria após consultar agente registrado na Fifa".
William Gaillard, conselheiro do presidente da Uefa, Michel Platini, também se pronunciou: ""É bom lembrar as pessoas que os escravos, em todos os sistemas de escravidão, nunca receberam salários".


Texto Anterior: Kaká nega Berlusconi em polêmica
Próximo Texto: Palmeiras faz artilheiro, mas esquece resultado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.