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TAEKWONDO
Estréia da modalidade expõe o despreparo dos dirigentes
Desorganização ameaça excluir elite brasileira de Sydney-2000
EDUARDO OHATA
da Reportagem Local
Os atletas de elite da seleção brasileira de taekwondo, modalidade
que estréia na Olimpíada de
Sydney, correm o risco de não ir à
competição devido à desorganização das entidades que controlam o
esporte a nível nacional e mundial.
A atual seleção, por exemplo,
não participa de etapa da seletiva,
que acontece neste fim-de-semana, em Londrina, para formar o time olímpico porque na próxima
semana apresenta-se nos Jogos
Sul-Americanos e não pode correr
risco de sofrer contusões.
A CBTKD (Confederação Brasileira de Taekwondo) marcou a
próxima etapa da seletiva para dezembro, data próxima a outra importante competição, uma semana
após os Jogos Panamericanos.
"Em dezembro, estaremos voltando dos Jogos com o rendimento
em baixa, enquanto os outros
competidores (na seletiva) estarão atingindo o ápice", reclama
Alyson Yamaguchi, atual campeão
sul-americano da categoria até 58
kg e vice mundial em 93.
O presidente da CBTKD, Yong
Min Kim, argumenta que os atletas
que disputarem competições internacionais não serão prejudicados. "Elas (as competições) valerão pontos como as seletivas, dependendo de como os brasileiros
se saírem", disse, sem, entretanto,
explicar em detalhes quantos pontos valerão cada colocação.
Os atletas, porém, demonstram
desconfiança em relação à teórica
igualdade. "É mais difícil enfrentar
estrangeiros dos quais nada sabemos (do que adversários em uma
seletiva)", aponta Sérgio Alberto,
que no Sul-Americano compete
na categoria dos 78 kg. "Poderiam
ter distribuído as datas das seletivas levando em conta as datas dos
torneios internacionais."
Segundo Kim, "as datas foram
decididas de acordo com a disponibilidade dos municípios que recepcionam as seletivas."
A FMT (Federação Mundial de
Taekwondo) também adotou medida contraditória que prejudicou
vários atletas. No meio deste ano,
a entidade confirmou que na
Olimpíada estarão valendo apenas
quatro novas categorias de peso
-tradicionalmente, adota-se oito
categorias-, que estariam sendo
adotadas já nas seletivas nacionais
para formar as equipes olímpicas.
Outras competições, como é o
caso do Sul-Americano e do Panamericano, por exemplo, continuam sendo disputadas no sistema original de divisão de pesos
-com as oito categorias.
Vários atletas que se dispuseram
a disputar competições internacionais tiveram que abdicar momentaneamente da idéia de participar dos Jogos de Sydney.
"Saí duplamente no prejuízo.
Além de ter que me adaptar, terei
muito pouco tempo para fazê-lo
até a disputa da seletiva final (em
março)", lamenta Yamaguchi.
Outros adotaram posição mais
drástica, como Marcos Pereira,
campeão sul-americano nos 54 kg
e que desistiu de ir para Sydney.
"Não daria para subir quatro
quilos (a categoria mais leve na
Olimpíada será a dos 58 kg) em
tão pouco tempo. O melhor é já ir
pensando na Olimpíada de 2004."
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