São Paulo, sábado, 12 de janeiro de 2002

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Juíza condena 0900 de Farah com Marcelinho

DA REPORTAGEM LOCAL

Eduardo José Farah, que está tendo problemas para intermediar o retorno de Marcelinho ao Corinthians, tem outra dor de cabeça em relação ao atleta.
Um dos idealizadores do Disque-Marcelinho, criado no início de 1998 para cobrir parte dos gastos da federação paulista para transferi-lo da Espanha ao Brasil, o presidente da Federação Paulista viu a promoção sofrer nova derrota na Justiça.
Sentença da juíza Giselle de Amaro e França, da 20ª Vara Cível Federal de São Paulo, determinou a ""restituição de todos os valores arrecadados em decorrência das ligações telefônicas efetuadas para participação nos sorteios realizados, devidamente corrigidos e acrescidos de juros de mora". Entre eles, o Disque-Marcelinho.
""Todos os sorteios 0900, inclusive o Disque-Marcelinho, foram realizados ao arrepio da legislação, impondo-se a sua anulação e a devolução de todos os valores arrecadados a tal título, com juros e atualização monetária", afirmou.
A FPF encomendou a promoção à TV Bandeirantes, imaginando que pudesse receber até R$ 15 milhões para adquirir os direitos federativos do atleta e depois transferi-lo para um dos grandes paulistas.
No final, o faturamento bruto foi de cerca de R$ 1,5 milhão, dos quais R$ 500 mil seriam destinados à federação -a entidade diz que até agora não recebeu nada e que o dinheiro teria sido repartido entre a Loterj -loteria do Rio-, a Bandeirantes e a Embratel, que totalizou os votos.
O Disque-Marcelinho também está sendo investigado pela polícia, pois teria havido falsificação dos dados passados ao público para estimulá-lo a continuar votando -ligando para números com prefixo 0900, o torcedor, ao votar em seu clube, autorizava o débito de R$ 3 na conta telefônica.
O meia-atacante, que tem evitado se pronunciar sobre a promoção que o trouxe de volta ao Brasil, em 1998, teve um encontro anteontem, na sede da federação, com Antonio Roque Citadini, vice de futebol do Corinthians, e Alberto Dualib, o presidente do clube.
Foi chamado para uma conversa com Farah e, ao chegar à FPF, deparou-se com Citadini e Dualib, que também não sabiam que o atleta estaria lá.
Apesar de se dizerem constrangidos, os dirigentes aceitaram conversar com Marcelinho, que consideram "patrimônio do clube".
Segundo assessores do atleta, ele recusou proposta para voltar ao Parque São Jorge, já que teria de retirar ação trabalhista contra o clube, mas não descarta fazê-lo num futuro próximo.


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