São Paulo, domingo, 12 de maio de 2002

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Seleção vai à guerra

Antônia Gaudério - 14.jul.01/Folha Imagem
Scolari posa com coranel colombiano, durante a Copa América


DA REPORTAGEM LOCAL

E DO PAINEL FC

Como tudo que cerca a "família Scolari", o embarque rumo ao Mundial ganhou um tom épico.
Luiz Felipe Scolari, 53, e seus comandados viajam hoje à noite para Barcelona, Espanha, onde a seleção brasileira entra em sua reta final de preparação para a Copa do Mundo-2002, em verdadeiro ritmo de campanha -mais que esportiva, quase militar.
Américo Faria, administrador da seleção, define o clima: "Copa do Mundo é guerra. Então, a questão de observação de tudo, qualquer informação, é muito importante para cada time. Sobre a questão de estratégia, o Felipe não se abre muito para não fornecer informações para o adversário".
Mas, em entrevista exclusiva à Folha, o técnico deixa de lado o estilo "sargentão". Sem fugir a nenhuma pergunta, explica por que Romário não estará no vôo hoje, revela detalhes sobre o time que dia 3 estréia contra a Turquia, em Ulsan (Coréia), e surpreende ao contar como pretende motivar seus comandados na Copa.
"Ele fala o que pensa, por isso acaba por intimidar muita gente", analisa Ricardo Teixeira, 55, presidente da CBF, a quem o treinador, com apreço à hierarquia, só se refere como "o chefe".
E o que Scolari pensa sobre sua missão na Ásia? "Se chegarmos à final da Copa, vou me sentir... Para mim vai ser maravilhoso. Se não ganhar... Bom, foi porque o meu time não teve capacidade, eu não tive inteligência para passar as coisas mais certas, qualquer coisa assim. Agora, só dois chegam, são 32 que começam."
No próximo dia 18, o pequeno exército de Scolari faz amistoso contra a seleção da Catalunha, em Barcelona. Em seguida, vai para a Malásia, onde, dia 25, joga contra o selecionado local em Kuala Lumpur. No dia seguinte, a tropa já desembarcará em Ulsan.
O gaúcho que assumiu a seleção no Dia dos Namorados do ano passado se diz um romântico, mas sabe que somente se vencer a guerra terá paz. (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO E JOSÉ ALBERTO BOMBIG)



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