São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2000


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Norman atribui sua derrota à falta de sorte

DE PARIS

Após os 11 match points que disputou contra Magnus Norman, um recorde na carreira de ambos, Gustavo Kuerten ironizou o estresse do final da partida.
"Era plim-plim, um match point após o outro. Eu queria ganhar, e ele parecia dizer "não deixo, não deixo". Foi bom, deu mais emoção ao jogo", disse Kuerten.
Norman lamentou não ter conseguido vencer o quarto set e levar a decisão para a quinta parcial.
"Se eu tivesse jogado meu melhor tênis, teria ido para o quinto set, e acho que as coisas poderiam ter sido diferentes", disse o sueco.
Ele atribuiu sua derrota ao azar. "Não tive sorte no primeiro set, e foi assim até o terceiro."
Decepcionado, o sueco falava com a voz embargada na entrevista coletiva e quase chorou.
"Eu achava que seria campeão aqui, então estou me sentindo um tanto desapontado. Dentro de alguns dias, talvez isso mude", afirmou o sueco. Para ele, Gustavo Kuerten merece ser o novo número um do mundo.
"Ele é o melhor tenista do ano, não há dúvidas. Merece ser o número um, assim como eu mereço ser o segundo", disse.
Norman só esboçou um sorriso quando quando lhe perguntaram se teria disposição para treinar após a partida -como normalmente faz.
"Não me falem em treinar agora. Só quero ir para casa."
O técnico de Gustavo Kuerten, Larri Passos, teve uma reação no estilo de Zagallo após o jogo.
Assim como o ex-treinador da Seleção Brasileira zombava da imprensa após as vitórias do Brasil, Passos fez um desabafo semelhante ontem.
Rosto vermelho, olhos esbugalhados, jugular sobressalente, Passos começou a sinalizar com a mão -fazendo o "V" da vitória- e a gritar assim que notou a aproximação dos jornalistas.
"Bicampeão, bicampeão. O Guga tá forte, psicologicamente e fisicamente. É só isso o que eu tenho a dizer a vocês, jornalistas", disse o treinador.
Em seguida, Passos pegou o caderno da assessora de Kuerten, Diana Gabanyi e redigiu um recado para a imprensa.
"Guga estava forte, fisicamente, psicologicamente, taticamente. Enfim, bem orientado. É só", dizia o texto do treinador.
O empresário Antônio Carlos de Almeida Braga, que foi homenageado por Kuerten após o fim da partida -o tenista "invadiu" a tribuna vip para abraçá-lo-, elogiou o trabalho de Passos.
"Isso (o bicampeonato) foi bom, porque andaram criticando o Larri, e agora viram que ele é um técnico fabuloso", afirmou.
A avó de Kuerten, Olga Schlosser, que chegou a Paris na véspera do jogo, disse que "sofreu menos" assistindo à partida em Roland Garros do que em casa, pela TV.
"No Brasil, eu ficava muito nervosa e não conseguia assistir ao jogo direito. Aqui, com a torcida, fico mais calma", disse Schlosser, que classificou o bicampeonato de Kuerten como "um presente para todos nós".


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