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Norman atribui sua derrota à falta de sorte
DE PARIS
Após os 11 match points que
disputou contra Magnus Norman, um recorde na carreira de
ambos, Gustavo Kuerten ironizou
o estresse do final da partida.
"Era plim-plim, um match
point após o outro. Eu queria ganhar, e ele parecia dizer "não deixo, não deixo". Foi bom, deu mais
emoção ao jogo", disse Kuerten.
Norman lamentou não ter conseguido vencer o quarto set e levar
a decisão para a quinta parcial.
"Se eu tivesse jogado meu melhor tênis, teria ido para o quinto
set, e acho que as coisas poderiam
ter sido diferentes", disse o sueco.
Ele atribuiu sua derrota ao azar.
"Não tive sorte no primeiro set, e
foi assim até o terceiro."
Decepcionado, o sueco falava
com a voz embargada na entrevista coletiva e quase chorou.
"Eu achava que seria campeão
aqui, então estou me sentindo um
tanto desapontado. Dentro de alguns dias, talvez isso mude", afirmou o sueco. Para ele, Gustavo
Kuerten merece ser o novo número um do mundo.
"Ele é o melhor tenista do ano,
não há dúvidas. Merece ser o número um, assim como eu mereço
ser o segundo", disse.
Norman só esboçou um sorriso
quando quando lhe perguntaram
se teria disposição para treinar
após a partida -como normalmente faz.
"Não me falem em treinar agora. Só quero ir para casa."
O técnico de Gustavo Kuerten,
Larri Passos, teve uma reação no
estilo de Zagallo após o jogo.
Assim como o ex-treinador da
Seleção Brasileira zombava da
imprensa após as vitórias do Brasil, Passos fez um desabafo semelhante ontem.
Rosto vermelho, olhos esbugalhados, jugular sobressalente,
Passos começou a sinalizar com a
mão -fazendo o "V" da vitória- e a gritar assim que notou a
aproximação dos jornalistas.
"Bicampeão, bicampeão. O Guga tá forte, psicologicamente e fisicamente. É só isso o que eu tenho a dizer a vocês, jornalistas",
disse o treinador.
Em seguida, Passos pegou o caderno da assessora de Kuerten,
Diana Gabanyi e redigiu um recado para a imprensa.
"Guga estava forte, fisicamente,
psicologicamente, taticamente.
Enfim, bem orientado. É só", dizia o texto do treinador.
O empresário Antônio Carlos
de Almeida Braga, que foi homenageado por Kuerten após o fim
da partida -o tenista "invadiu" a
tribuna vip para abraçá-lo-, elogiou o trabalho de Passos.
"Isso (o bicampeonato) foi
bom, porque andaram criticando
o Larri, e agora viram que ele é um
técnico fabuloso", afirmou.
A avó de Kuerten, Olga Schlosser, que chegou a Paris na véspera
do jogo, disse que "sofreu menos"
assistindo à partida em Roland
Garros do que em casa, pela TV.
"No Brasil, eu ficava muito nervosa e não conseguia assistir ao
jogo direito. Aqui, com a torcida,
fico mais calma", disse Schlosser,
que classificou o bicampeonato
de Kuerten como "um presente
para todos nós".
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