São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2000


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VÔLEI

A força do saque

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A seleção brasileira retorna da Polônia com uma derrota, uma vitória e uma certeza: no vôlei moderno, sacar bem é fundamental.
E foi com um saque poderoso que o Brasil conseguiu vencer o segundo jogo. Com Max, Joel e Dante descendo a mão, o time brasileiro registrou a incrível marca de 12 aces.
O saque de Max chegou a impressionar com uma velocidade de 110 km/h. O certo é que, com esse fundamento funcionando, vale a velha fórmula do vôlei: quebra-se a recepção adversária e o bloqueio também volta a funcionar.
Outro ponto positivo foi que o técnico Radamés Lattari começou a mexer mais no time.
Normalmente suas substituições ficam resumidas à inversão de rede. Ele coloca um levantador no fundo da quadra no lugar de um atacante. E outro atacante substitui o levantador na rede.
Na Polônia, Lattari ousou. Depois da tragédia dos dois primeiros sets no jogo de sexta-feira, ele colocou Joel e Max na quadra. Como eles atuam na mesma posição (diagonal do levantador), foi preciso deslocar Max para a ponta. Com os dois, o time ganhou em força de ataque e saque.
Com Max e Joel, o Brasil ganhou o terceiro set e só não virou o primeiro jogo por erros bobos, falhas que não podem acontecer em momentos decisivos. O time estava com uma vantagem no quarto set de 23 a 21 e permitiu que os adversários marcassem quatro pontos seguidos e fechassem em 25 a 23.
No sábado, quase a mesma cena se repete: a vantagem do Brasil era de 19 a 11 no terceiro set. Em um jogo que todo erro é ponto, o time brasileiro permitiu que a Polônia fizesse o que parecia impossível: chegar ao empate.
E a vitória, mais uma vez, quase escapa: o set acabou em 35 a 33 para a seleção do Brasil.
São essas oscilações da seleção que deveriam ser mais trabalhadas. Um grande time, que sonha com outra medalha olímpica, não pode ser tão irregular.

No vôlei feminino, o desafio é a conquista das quatro últimas vagas para os Jogos Olímpicos de Sydney.
O Pré-Olímpico começa sábado, em Tóquio. Oito seleções estão inscritas: China, Coréia, Japão, Itália, Croácia, Holanda, Canadá e Argentina.
As três primeiras colocadas e a melhor asiática se classificam. Você deve estar se perguntando: por que a melhor asiática garante vaga? Como não houve o Pré-Olímpico da Ásia, a vaga olímpica desse continente será decidida nesse campeonato.
Vale lembrar que já está em vigor a nova regra da Federação Internacional de Vôlei (FIV): cada seleção só pode inscrever uma jogadora naturalizada que já tenha defendido outro país em Jogos Olímpicos ou em Mundial.
A Croácia, por exemplo, vai ter de jogar com apenas uma das quatro russas naturalizadas: as levantadoras Maria Likhtenchtein e Irina Kirillova; e as atacantes Elena Chebukina e Tatiana Sidorenko.
Já a Itália terá o reforço da brasileira naturalizada italiana Ana Paula de Tassis, que está jogando como líbero.

Surpresa
A Holanda fez a festa na última rodada: conseguiu sua primeira vitória, em seis jogos na Liga Mundial, e logo sobre a favorita Rússia. Mas os holandeses tiveram uma ajuda extra: a contusão de Roman Iakovlev, o principal atacante adversário.

Espanha
A Espanha, próxima adversária do Brasil, terá o reforço de atacante Rafael Pascual, eleito o melhor jogador no Mundial de 98. Pascual e Salvador, que estavam de férias, voltarão contra os EUA.

Torcida
Terceira colocada no grupo, Cuba é a primeira em torcida na Liga Mundial: 33 mil pessoas compareceram aos dois últimos jogos contra a França, em Havana. Os franceses são a sensação: conseguiram uma vitória sobre os cubanos e lideram o grupo.


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