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VÔLEI
A força do saque
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A seleção brasileira retorna da Polônia com uma
derrota, uma vitória e uma certeza: no vôlei moderno, sacar bem é
fundamental.
E foi com um saque poderoso
que o Brasil conseguiu vencer o
segundo jogo. Com Max, Joel e
Dante descendo a mão, o time
brasileiro registrou a incrível
marca de 12 aces.
O saque de Max chegou a impressionar com uma velocidade
de 110 km/h. O certo é que, com esse fundamento funcionando, vale
a velha fórmula do vôlei: quebra-se a recepção adversária e o bloqueio também volta a funcionar.
Outro ponto positivo foi que o
técnico Radamés Lattari começou a mexer mais no time.
Normalmente suas substituições ficam resumidas à inversão
de rede. Ele coloca um levantador
no fundo da quadra no lugar de
um atacante. E outro atacante
substitui o levantador na rede.
Na Polônia, Lattari ousou. Depois da tragédia dos dois primeiros sets no jogo de sexta-feira, ele
colocou Joel e Max na quadra.
Como eles atuam na mesma posição (diagonal do levantador), foi
preciso deslocar Max para a ponta. Com os dois, o time ganhou
em força de ataque e saque.
Com Max e Joel, o Brasil ganhou o terceiro set e só não virou
o primeiro jogo por erros bobos,
falhas que não podem acontecer
em momentos decisivos. O time
estava com uma vantagem no
quarto set de 23 a 21 e permitiu
que os adversários marcassem
quatro pontos seguidos e fechassem em 25 a 23.
No sábado, quase a mesma cena se repete: a vantagem do Brasil
era de 19 a 11 no terceiro set. Em
um jogo que todo erro é ponto, o
time brasileiro permitiu que a Polônia fizesse o que parecia impossível: chegar ao empate.
E a vitória, mais uma vez, quase
escapa: o set acabou em 35 a 33
para a seleção do Brasil.
São essas oscilações da seleção
que deveriam ser mais trabalhadas. Um grande time, que sonha
com outra medalha olímpica,
não pode ser tão irregular.
No vôlei feminino, o desafio é
a conquista das quatro últimas
vagas para os Jogos Olímpicos de
Sydney.
O Pré-Olímpico começa sábado,
em Tóquio. Oito seleções estão
inscritas: China, Coréia, Japão,
Itália, Croácia, Holanda, Canadá
e Argentina.
As três primeiras colocadas e a
melhor asiática se classificam.
Você deve estar se perguntando:
por que a melhor asiática garante
vaga? Como não houve o Pré-Olímpico da Ásia, a vaga olímpica desse continente será decidida
nesse campeonato.
Vale lembrar que já está em vigor a nova regra da Federação Internacional de Vôlei (FIV): cada
seleção só pode inscrever uma jogadora naturalizada que já tenha
defendido outro país em Jogos
Olímpicos ou em Mundial.
A Croácia, por exemplo, vai ter
de jogar com apenas uma das
quatro russas naturalizadas: as
levantadoras Maria Likhtenchtein e Irina Kirillova; e as atacantes Elena Chebukina e Tatiana Sidorenko.
Já a Itália terá o reforço da brasileira naturalizada italiana Ana
Paula de Tassis, que está jogando
como líbero.
Surpresa
A Holanda fez a festa na última rodada: conseguiu sua
primeira vitória, em seis jogos na Liga Mundial, e logo
sobre a favorita Rússia. Mas
os holandeses tiveram uma
ajuda extra: a contusão de
Roman Iakovlev, o principal
atacante adversário.
Espanha
A Espanha, próxima adversária do Brasil, terá o reforço de
atacante Rafael Pascual, eleito o melhor jogador no Mundial de 98. Pascual e Salvador,
que estavam de férias, voltarão contra os EUA.
Torcida
Terceira colocada no grupo,
Cuba é a primeira em torcida
na Liga Mundial: 33 mil pessoas compareceram aos dois
últimos jogos contra a França, em Havana. Os franceses
são a sensação: conseguiram
uma vitória sobre os cubanos
e lideram o grupo.
E-mail cidasan@uol.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata
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