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FUTEBOL
Técnico recebe no Japão a notícia de que não dirigiria mais a seleção
CBF oficializa no aeroporto a saída do "bailarino" Leão
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O técnico da seleção brasileira,
Emerson Leão, 51, foi demitido
oficialmente ontem do cargo. Ele
foi informado de sua saída do comando da seleção no aeroporto
de Narita, no Japão, pouco antes
de embarcar para o Brasil.
O anúncio da demissão foi dado
pelo coordenador técnico Antônio Lopes, que também corre o
risco de perder o emprego hoje.
Ao saber que seria demitido, Leão
decidiu pedir então demissão.
O final da ""era" Leão já havia sido definido no sábado, como
adiantou a Folha, após a derrota
do Brasil para a Austrália, por 1 a
0, na decisão do terceiro lugar da
Copa das Confederações -foi a
primeira vez que o Brasil perdeu
para um país da Oceania.
O Brasil terminou em quarto lugar, após perder dois jogos, empatar dois e vencer apenas um.
Leão foi o técnico que ficou menos tempo no comando da equipe
nacional na gestão do atual presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira -menos de oito meses.
Prometendo dar à seleção um
"futebol bailarino", marcado pela
técnica, o treinador deixou o cargo sem cumprir a palavra -em
sua gestão, o Brasil fez só 12 gols
em 11 jogos- e com a marca de
ter criado a "era Leomar" -deixou como líder e capitão do time
seu ex-atleta do Sport.
Com a saída de Leão, toda a comissão técnica deverá ser demitida. O preparador de goleiros, Pedro Santilli, e o preparador físico
Bebeto de Oliveira, também serão
dispensados hoje.
O substituto de Wanderley Luxemburgo teve passagem relâmpago pela seleção. Durante o período, acumulou fracassos contra
inexpressivas seleções -equatorianos e australianos bateram o
Brasil pela primeira vez.
Sob o comando de Leão, a seleção venceu quatro partidas, empatou quatro e perdeu três. Por
causa dos fracassos, a seleção brasileira está em quarto lugar nas
eliminatórias da Copa, correndo
o risco de não se classificar.
De acordo com o regulamento
do torneio, as quatro primeiras
seleções da América do Sul se
classificam para a Copa do Mundo. O time que ficar em quinto lugar disputa a vaga com os campeões das eliminatórias da Oceania -possivelmente a Austrália,
último algoz da seleção brasileira.
Nestes oito meses no cargo,
Leão repetiu erros de Wanderley
Luxemburgo, seu antecessor,
também demitido. Ele convocou
dezenas de jogadores, não conseguiu definir o time e não deu um
padrão tático para a equipe.
Desde 1989, quando Teixeira assumiu a entidade, Leão foi o sexto
treinador a comandar a seleção.
Antes, haviam trabalhado na seleção, contratados por Teixeira, Sebastião Lazaroni, Paulo Roberto
Falcão, Carlos Alberto Parreira,
Mario Jorge Lobo Zagallo e Wanderley Luxemburgo.
Candinho e Ernesto Paulo também dirigiram a seleção brasileira
interinamente na gestão de Ricardo Teixeira. Eles trabalharam em
apenas um jogo cada.
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