São Paulo, terça-feira, 12 de junho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Técnico recebe no Japão a notícia de que não dirigiria mais a seleção

CBF oficializa no aeroporto a saída do "bailarino" Leão

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O técnico da seleção brasileira, Emerson Leão, 51, foi demitido oficialmente ontem do cargo. Ele foi informado de sua saída do comando da seleção no aeroporto de Narita, no Japão, pouco antes de embarcar para o Brasil.
O anúncio da demissão foi dado pelo coordenador técnico Antônio Lopes, que também corre o risco de perder o emprego hoje. Ao saber que seria demitido, Leão decidiu pedir então demissão.
O final da ""era" Leão já havia sido definido no sábado, como adiantou a Folha, após a derrota do Brasil para a Austrália, por 1 a 0, na decisão do terceiro lugar da Copa das Confederações -foi a primeira vez que o Brasil perdeu para um país da Oceania.
O Brasil terminou em quarto lugar, após perder dois jogos, empatar dois e vencer apenas um.
Leão foi o técnico que ficou menos tempo no comando da equipe nacional na gestão do atual presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira -menos de oito meses.
Prometendo dar à seleção um "futebol bailarino", marcado pela técnica, o treinador deixou o cargo sem cumprir a palavra -em sua gestão, o Brasil fez só 12 gols em 11 jogos- e com a marca de ter criado a "era Leomar" -deixou como líder e capitão do time seu ex-atleta do Sport.
Com a saída de Leão, toda a comissão técnica deverá ser demitida. O preparador de goleiros, Pedro Santilli, e o preparador físico Bebeto de Oliveira, também serão dispensados hoje.
O substituto de Wanderley Luxemburgo teve passagem relâmpago pela seleção. Durante o período, acumulou fracassos contra inexpressivas seleções -equatorianos e australianos bateram o Brasil pela primeira vez.
Sob o comando de Leão, a seleção venceu quatro partidas, empatou quatro e perdeu três. Por causa dos fracassos, a seleção brasileira está em quarto lugar nas eliminatórias da Copa, correndo o risco de não se classificar.
De acordo com o regulamento do torneio, as quatro primeiras seleções da América do Sul se classificam para a Copa do Mundo. O time que ficar em quinto lugar disputa a vaga com os campeões das eliminatórias da Oceania -possivelmente a Austrália, último algoz da seleção brasileira.
Nestes oito meses no cargo, Leão repetiu erros de Wanderley Luxemburgo, seu antecessor, também demitido. Ele convocou dezenas de jogadores, não conseguiu definir o time e não deu um padrão tático para a equipe.
Desde 1989, quando Teixeira assumiu a entidade, Leão foi o sexto treinador a comandar a seleção. Antes, haviam trabalhado na seleção, contratados por Teixeira, Sebastião Lazaroni, Paulo Roberto Falcão, Carlos Alberto Parreira, Mario Jorge Lobo Zagallo e Wanderley Luxemburgo.
Candinho e Ernesto Paulo também dirigiram a seleção brasileira interinamente na gestão de Ricardo Teixeira. Eles trabalharam em apenas um jogo cada.



Texto Anterior: O calvário
Próximo Texto: Nova lista de convocados foi o último ato
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.