São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002

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Time repete erros, mas melhora no segundo tempo e estréia com vitória

Corinthians espanta terror pós-Ricardinho

Carlos Roberto/ "Hoje em Dia"
O meia-atacante Gil disputa lance na vitória do Corinthians sobre o Atlético-MG, no Mineirão, por 2 a 1, na abertura do Brasileiro


MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Toque de bola e melhor no segundo tempo. O Corinthians estreou vencendo fora de casa no Brasileiro com a cara do time que conquistou dois títulos neste ano, mas ainda sem "cérebro".
O time de Carlos Alberto Parreira bateu o Atlético-MG por 2 a 1, sem Ricardinho, que está sendo negociado, e Guilherme, único reforço contratado pela diretoria.
A vitória ameniza o "terror" dos jogadores, que temiam enfrentar uma crise caso a equipe, "órfã", não conseguisse vencer sem o ex-capitão. "Era muito importante que a gente vencesse sem ele [Ricardinho". A gente se sente órfão, mas o Corinthians não pode parar", afirmou o atacante Gil.
Sem Ricardinho, o Corinthians sofreu com a falta de referência no meio e perdeu a força da jogada pela esquerda, "a mais forte do Brasil", segundo Parreira, antes formada pela triangulação do meia com Gil e Kléber.
O Corinthians falhou na marcação e começou o jogo sofrendo com os ataques dos mineiros. A falta de entrosamento entre Vampeta, Fabrício e Renato impedia a armação de jogadas, e o time passou a apostar nos lançamentos. Os laterais Kléber e Rogério apostavam nos cruzamentos, mas a baixa estatura do ataque corintiano (Gil, Luciano Ratinho e Deivid -o mais alto) facilitava os cortes da zaga do Atlético.
Segundo o Datafolha, o Corinthians chutou menos a gol do que o Atlético (12 a 9), cedeu mais escanteios (5 a 1), teve seu goleiro mais acionado (3 defesas a 1), perdeu mais bolas (35 a 26), mas lançou mais (23 a 7) e tocou muito mais a bola (427 a 333, com 92% de eficiência dos corintianos e 90% dos mineiros).
Montado no 3-5-2 por Geninho, os mineiros não tinham dificuldade de passar pela marcação corintiana. No segundo minuto de jogo, Marques arrancou do meio-campo e tocou para Ronildo dentro da área. Vampeta dividiu com o rival, que caiu e pediu pênalti -não anotado pelo juiz. Mas foi Renaldo que perdeu a melhor chance. Ronildo cruzou, e o atacante cabeceou para fora.
Apesar da força ofensiva, os mineiros também apresentavam falhas na defesa. Liderado por Rogério, o time paulista passou a se arriscar mais a partir dos 20min.
No primeiro lance, o lateral cruzou, Scheidt desviou de cabeça, e a sobra ficou com Deivid, que chutou de primeira. Edmar fez boa defesa. O gol veio no segundo lance de perigo corintiano. Rogério cobrou escanteio da direita, e, de cabeça, o novo capitão, Scheidt, de volta após mais de quatro meses afastado por lesão, abriu o placar aos 24min.
Mesmo em vantagem, os corintianos não conseguiram cessar a pressão do Atlético, que empatou nove minutos depois. Renaldo, de cabeça, após cruzamento da esquerda, marcou o único gol do Atlético, que, antes do final da primeira etapa, teve a chance de desempatar o jogo -Doni, porém, saiu bem após boa jogada armada por Marques e Paulinho.
Os times voltaram com os mesmos "vícios". Deu certo para o Corinthians, que passou mais da metade da segunda etapa com um jogador a mais. Logo aos 6min, Vampeta avançou até ser derrubado na área por Nem, mas o juiz não deu pênalti. Mas foi o substituto de Ricardinho quem deu a vitória ao time aos 10min. Renato cobrou falta da entrada da área e fez um golaço.
O Corinthians ainda criou três boas chances de ampliar a vantagem, mas parou nas finalizações erradas e na trave. Com um a menos, os atleticanos pouco fizeram para evitar a derrota em casa.

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