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FUTEBOL
Embolando
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
A Raposa já não vai tão distante. Em em seu encalço
avança um obstinado pelotão,
formado por Santos, São Paulo,
Internacional e Coritiba. O primeiro já alcançou o resistente líder deste longo Campeonato Brasileiro. Santos e Cruzeiro estão separados por apenas dois gols, saldo que desempata a igualdade de
pontos a favor do time mineiro. O
São Paulo vem logo atrás, a dois
pontos dos líderes, o Inter a quatro e o Coritiba a seis.
Cinco equipes, portanto, estão
separadas por seis pontos, o que é
quase nada. Uma situação como
essa a duas rodadas do fim do
campeonato seria emocionante.
Se considerarmos que no pelotão
de baixo pelo menos nove times
estariam lutando contra o rebaixamento, teríamos 14 clubes envolvidos diretamente com o desfecho da competição.
Caso se inclua nessa conta a disputa por vagas para a Libertadores da América, mais três times
estariam, hoje, decidindo algo. Ao
todo, 17 equipes, num total de 24,
teriam alguma coisa importante
a ganhar ou perder. Tudo isso seria bem melhor se tivéssemos um
torneio com até 20 clubes, portanto mais curto, e com três ou quatro vagas para ascenso e descenso.
Quanto mais o Brasileiro avança mais vão aparecendo motivos
para não abandonar -e sim para para manter- o atual sistema, apenas numa versão mais
enxuta e competitiva.
O Santos vai superando o desgaste e o trauma da Libertadores.
É candidato ao bicampeonato.
Mesmo com Robinho e Diego longe daquela fase gloriosa dos jogos
finais do último Brasileiro, o time
tem jogadores que podem fazer a
diferença. É o caso do zagueiro
Alex, que, depois de uma excelente Copa Ouro, fez a alegria da Vila contra o Paraná, em Curitiba.
A revelação de um grande zagueiro, como promete ser Alex (e
também Luisão), é uma ótima
notícia para o futebol brasileiro,
qualitativamente menos favorecido nessa posição do que do
meio-de-campo para a frente.
Enfim, o São Paulo fez o serviço,
com boa atuação de Leonardo e
facilitado por um Juventude que
vai rondando a zona de rebaixamento do campeonato. O Tricolor
está em situação muito boa na tabela, mas em campo ainda não
empolga sua exigente torcida. Vejamos o que Rojas fará sem Kaká,
que parece ter se despedido do
Morumbi no sábado. Espera-se
que a diretoria não rife também
Luis Fabiano, que vem sendo assediado por clubes europeus.
Como disse com propriedade o
jornalista Marcelo Damato, em
sua coluna no "Lance!", o ex-presidente da Federação Paulista,
Eduardo José Farah, saiu "para
dentro". Como informa o "Painel
FC", desta Folha, o famigerado
cartola, que renunciou ao cargo,
continua despachando na federação. Negocia com executivos de
TV e comanda reuniões como se
continuasse sendo o "capo". Pelo
visto, continua mesmo.
Tabu e realidade
A idéia de criar um "tabu" a
respeito das atuações do Flamengo em Curitiba é tentadora, especialmente para quem
prefere se agarrar em explicações supersticiosas a encarar
uma realidade difícil: o futebol
paranaense, mesmo sem atravessar uma fase particularmente inspirada, está em nível
mais alto do que o do Rio de Janeiro. A goleada de 5 x 0 aplicada pelo Coritiba diz tudo. Não
adianta culpar o sobrenatural.
Cozinhando o Galo
Foi bem o Corinthians contra o
Atlético-MG. Buscar três pontos no Mineirão com um jogador a menos durante cerca de
40 minutos não é fácil. O time
de Geninho, porém, ainda precisa mostrar regularidade. A
vitória foi um alento, mas não
garante que as coisas mudarão.
E-mail mag@folhasp.com.br
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