UOL


São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Embolando

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO

A Raposa já não vai tão distante. Em em seu encalço avança um obstinado pelotão, formado por Santos, São Paulo, Internacional e Coritiba. O primeiro já alcançou o resistente líder deste longo Campeonato Brasileiro. Santos e Cruzeiro estão separados por apenas dois gols, saldo que desempata a igualdade de pontos a favor do time mineiro. O São Paulo vem logo atrás, a dois pontos dos líderes, o Inter a quatro e o Coritiba a seis.
Cinco equipes, portanto, estão separadas por seis pontos, o que é quase nada. Uma situação como essa a duas rodadas do fim do campeonato seria emocionante. Se considerarmos que no pelotão de baixo pelo menos nove times estariam lutando contra o rebaixamento, teríamos 14 clubes envolvidos diretamente com o desfecho da competição.
Caso se inclua nessa conta a disputa por vagas para a Libertadores da América, mais três times estariam, hoje, decidindo algo. Ao todo, 17 equipes, num total de 24, teriam alguma coisa importante a ganhar ou perder. Tudo isso seria bem melhor se tivéssemos um torneio com até 20 clubes, portanto mais curto, e com três ou quatro vagas para ascenso e descenso.
Quanto mais o Brasileiro avança mais vão aparecendo motivos para não abandonar -e sim para para manter- o atual sistema, apenas numa versão mais enxuta e competitiva.
 
O Santos vai superando o desgaste e o trauma da Libertadores. É candidato ao bicampeonato. Mesmo com Robinho e Diego longe daquela fase gloriosa dos jogos finais do último Brasileiro, o time tem jogadores que podem fazer a diferença. É o caso do zagueiro Alex, que, depois de uma excelente Copa Ouro, fez a alegria da Vila contra o Paraná, em Curitiba. A revelação de um grande zagueiro, como promete ser Alex (e também Luisão), é uma ótima notícia para o futebol brasileiro, qualitativamente menos favorecido nessa posição do que do meio-de-campo para a frente.
 
Enfim, o São Paulo fez o serviço, com boa atuação de Leonardo e facilitado por um Juventude que vai rondando a zona de rebaixamento do campeonato. O Tricolor está em situação muito boa na tabela, mas em campo ainda não empolga sua exigente torcida. Vejamos o que Rojas fará sem Kaká, que parece ter se despedido do Morumbi no sábado. Espera-se que a diretoria não rife também Luis Fabiano, que vem sendo assediado por clubes europeus.
 
Como disse com propriedade o jornalista Marcelo Damato, em sua coluna no "Lance!", o ex-presidente da Federação Paulista, Eduardo José Farah, saiu "para dentro". Como informa o "Painel FC", desta Folha, o famigerado cartola, que renunciou ao cargo, continua despachando na federação. Negocia com executivos de TV e comanda reuniões como se continuasse sendo o "capo". Pelo visto, continua mesmo.

Tabu e realidade
A idéia de criar um "tabu" a respeito das atuações do Flamengo em Curitiba é tentadora, especialmente para quem prefere se agarrar em explicações supersticiosas a encarar uma realidade difícil: o futebol paranaense, mesmo sem atravessar uma fase particularmente inspirada, está em nível mais alto do que o do Rio de Janeiro. A goleada de 5 x 0 aplicada pelo Coritiba diz tudo. Não adianta culpar o sobrenatural.

Cozinhando o Galo
Foi bem o Corinthians contra o Atlético-MG. Buscar três pontos no Mineirão com um jogador a menos durante cerca de 40 minutos não é fácil. O time de Geninho, porém, ainda precisa mostrar regularidade. A vitória foi um alento, mas não garante que as coisas mudarão.

E-mail mag@folhasp.com.br


Texto Anterior: Basquete - Melchiades Filho: Pra dedéu
Próximo Texto: Tênis: Guga tenta reaver ritmo e brecar fiasco
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.