São Paulo, Domingo, 12 de Dezembro de 1999


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O PERSONAGEM 2
Ramos teve premonição ao assumir

do enviado a Belo Horizonte
e da Agência Folha,
em Belo Horizonte

Humberto Ramos bem que tentou deixar o futebol.
Após se aposentar como jogador, virou corretor de imóveis e abriu uma empresa de recursos humanos. Mas, no começo do ano, recebeu o convite para ser supervisor de futebol do Atlético-MG, quando, na época, Toninho Cerezo -que ele acabou por eliminar na semifinal- era o treinador.
Veio a demissão de Dario Pereyra na penúltima rodada da primeira fase, e ele assumiu a equipe. Mas, afirma, só aceitou o cargo porque teve uma premonição. (RB e CHS)

Folha - Como explicar seu sucesso como técnico, chegando a uma final de Brasileiro com apenas seis jogos no currículo?
Humberto Ramos -
Olha, eu não aceitaria o cargo para me queimar, para nunca mais voltar a ele. Esse filme que estão assistindo hoje, eu vi antes de assumir o cargo. Eu vi na minha frente um time com característica de vencedor. E vi que eu poderia ser vencedor.

Folha - Mas quando você se convenceu totalmente que o Atlético-MG poderia chegar à final, podendo ser campeão?
Ramos -
Foi depois da segunda vitória sobre o Cruzeiro, nas quartas-de-final. Passei a acreditar fortemente no meu time quando fizemos aquele 3 a 2 em nosso arqui-rival, que ainda era apontado como um dos grandes favoritos para o título.

Folha - Alguns de seus atletas falam que o Corinthians é o favorito. Você concorda?
Ramos -
Não. Agora não há mais favorito. Os dois times chegaram à final e têm méritos para serem campeões. Já revertemos duas vezes as vantagens do rival. Por que não uma terceira vez?

Folha - O que você mudou no time em relação ao trabalho de Dario Pereyra?
Ramos -
Mudou pouca coisa, afinal, aprendi muito com Dario. Mas dei muita ênfase na motivação dos atletas. Por exemplo, dei liberdade para o jogador expressar em que posição queria jogar. O Valdir voltou a fazer o que gosta, que é ser volante. Cláudio Caçapa e Ronildo podem atacar.

Folha - Essa liberdade se estende para o convívio nos treinos e na concentração?
Ramos -
É a base de tudo. Se você criar uma barreira, se achar que é o chefão, vai tudo por água abaixo. Na minha filosofia, punição é incompetência de quem comanda.

Folha - Muitos falam que a união é chave do sucesso atleticano. Acredita nisso?
Ramos -
União sem talento não leva a lugar nenhum. Aqui, nós temos um propósito. Porém temos jogadores de valor, que só não estão na seleção porque estão fora do eixo Rio-São Paulo. É o caso do Marques. Depois temos atletas que cresceram na hora da decisão. É o caso do Ronildo, do Belletti.


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