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BASQUETE
Em parceria com Mogi, time põe gerente como roupeiro para economizar e amarga penúltimo lugar no Nacional
Na bola laranja, Corinthians vive pindaíba
RICARDO GALLO
DA FOLHA RIBEIRÃO
O escudo na camisa é o mesmo,
mas não há badalação, nem galácticos, nem dinheiro. Órfão da milionária parceria com a MSI, o Corinthians do basquete não recebe
recursos do clube, sofre para pagar os salários e amarga a penúltima posição do Nacional.
"Quem dera receber esse apoio
todo [da MSI]", declara Maurício
Machado de Mello, presidente do
Mogi Basquete, de Mogi das Cruzes, que é parceiro do clube paulistano há dois anos.
O parceiro famoso limita-se a
fornecer o uniforme ao basquete.
"Apostávamos que, com uma
grande marca aliada o time, teríamos condições de captar recursos, mas não foi o que aconteceu",
diz o presidente, acrescentando
que o contrato que vence em junho pode não ser renovado.
O dirigente afirma que, no início do acordo, o Corinthians se
comprometeu a bancar o transporte. O clube da capital nega.
"Eles [Mogi] são totalmente responsáveis pelas despesas", diz Osmar Stabile, vice-presidente de esportes terrestres do Corinthians.
Sem o aporte da MSI, o dinheiro
do basquete é captado com patrocinadores locais. O time obtém
cerca de R$ 105 mil mensais de receita (ante despesa de R$ 150 mil),
bem inferior, por exemplo, aos R$
286 mil mensais registrados em
carteira (sem contar direitos de
imagem) como salário de Tevez.
"Cheguei a pedir socorro ao seu
Alberto [Dualib, presidente do
Corinthians], mas ele disse que
não podia ajudar porque não tinha condição", diz Mello. Os salários, porém, não chegam a atrasar
-os atletas principais recebem
R$ 10 mil, em média, por mês.
O desequilíbrio causa situações
inusitadas. Nas viagens de avião,
o clube negocia meias-diárias nos
hotéis em que se hospeda e faz revezamento entre os integrantes
da comissão técnica. Em determinadas ocasiões, por exemplo, o
gerente atua também como roupeiro para economizar. "Toda a
estrutura se perde porque não há
a mínima condição", afirma Mello. "É a gambiarra do basquete."
A "pindaíba" causou a debandada dos principais jogadores do
time. Em 2004, deixaram o Mogi
o ala Felipe, o pivô Murilo e o armador Fúlvio. Os três estão no
Ribeirão Preto, líder do Nacional.
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