|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Diziam: que
país é esse?'
HORTÊNCIA
especial para a Folha
Me lembro que chegamos
à Austrália 15 dias antes e ficamos em um lugar frio pra
caramba (Lauceston, sede
do grupo da seleção brasileira no Mundial).
A coisa entre a gente era
bem humilde. Começamos
a ganhar no tranco, fomos
pegando entrosamento,
moral, e, quando vimos, já
estávamos com a medalha
de prata no pescoço. Aí falamos: já que estamos nessa
brincadeira, por que não
ganhar a medalha de ouro?
E conseguimos. Porque as
jogadoras tinham esse objetivo, havia conjunto. Treinamos bem mais que um
mês, como fez a última seleção. O resultado foi o quarto lugar (no Mundial-98).
Na Austrália, tive a maior
conquista da minha vida.
E o respeito internacional
que a seleção ganhou foi
imenso. Até então, ninguém sabia quem era o Brasil no basquete. Perguntavam: que país é esse, o Banco do Brasil (que tinha o
nome na camisa na época)?
Hoje, todo mundo sabe
quem é o Brasil. Isso porque, fora os EUA e a extinta
União Soviética, só o Brasil
foi campeão mundial.
E a nova geração, que joga
diferente, mais coletivamente, não pode ser cobrada já. Pois nós demoramos
16 anos para sermos campeãs do mundo.
Hortência, 39, foi titular da seleção
brasileira no Mundial-94
Texto Anterior: Arranque feminino completa cinco anos Próximo Texto: New York está na finalíssima da NBA Índice
|