São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 2000


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Compra de Edmílson pelo Arsenal é cancelada

DA REPORTAGEM LOCAL

A transferência do zagueiro Edmílson, do São Paulo para o Arsenal, foi cancelada ontem, no mesmo dia em que Edu era obrigado a retornar ao Brasil, após ser impedido de entrar na Inglaterra.
Segundo o presidente são-paulino, Paulo Amaral, a decisão partiu do clube brasileiro.
A Folha apurou, no entanto, que os ingleses haviam dado um ultimato ao São Paulo, dizendo que o Arsenal cancelaria a compra do jogador caso houvesse complicações na obtenção de passaporte de um dos 15 países da União Européia.
A ameaça vale também para Edu, caso haja demora na emissão de seu passaporte português.
Edmílson havia sido vendido ao Arsenal por US$ 7 milhões.
""Existia um acordo verbal entre o São Paulo e o Arsenal. Como o Edmílson está há 40 dias sem poder se apresentar, primeiro por causa do Paulista, depois por causa da Copa do Brasil, e agora por causa da seleção, resolvemos suspender o negócio", disse Amaral.
Questionado se o caso Edu não havia influenciado também na decisão, o presidente são-paulino admitiu que sim. ""O primeiro motivo foi pelo fato de ele não poder se apresentar. O segundo, a documentação, que não saiu em tempo. O Arsenal tem suas razões e respeita a nossa posição", disse.
Segundo ele, os procuradores do atleta haviam se responsabilizado por providenciar a documentação para que ele pudesse trabalhar na Inglaterra.
""É bom que o Edmílson permaneça no São Paulo. Quando o negociamos com o Arsenal, ele valia uma coisa. Hoje, por ser um jogador de seleção, seu passe valorizou", afirmou o dirigente.
Em Foz do Iguaçu, onde treina para a sua estréia na seleção brasileira nos jogos do próximo dia 18, contra o Paraguai, em Assunção, e dia 26, contra a Argentina, em São Paulo, pelas eliminatórias da Copa de 2002, Edmílson disse que não estava sabendo do cancelamento de sua venda ao Arsenal.
O jogador, que afirmara que seu pai seria descendente de portugueses, mas depois disse não saber direito, declarou ontem que estava tentando tirar passaporte da União Européia sob a justificativa de ter ascendência alemã.
O pai do zagueiro, Divino Moraes, mostrou-se confuso na semana passada, quando esteve no CT do São Paulo. Ele disse que "talvez" Edmílson fosse descendente de alemães ou portugueses.
"Como os clubes ingleses só podem contratar estrangeiros que tenham feito uma série de jogos pela seleção de seu país (75% dos disputados nos últimos dois anos), a transferência do Edmílson corria o risco de ser anulada", disse o ex-lateral Cláudio, que participou da negociação.
O diretor de futebol do São Paulo, José Dias, disse que o clube planeja obter dupla nacionalidade para os seus principais jogadores, incluindo juniores. "Vamos analisar os documentos de todos os atletas. A idéia é pedir passaporte europeu para todos que tiverem condições", afirmou Dias.


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