|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Compra de Edmílson pelo Arsenal é cancelada
DA REPORTAGEM LOCAL
A transferência do zagueiro Edmílson, do São Paulo para o Arsenal, foi cancelada ontem, no mesmo dia em que Edu era obrigado a
retornar ao Brasil, após ser impedido de entrar na Inglaterra.
Segundo o presidente são-paulino, Paulo Amaral, a decisão partiu do clube brasileiro.
A Folha apurou, no entanto,
que os ingleses haviam dado um
ultimato ao São Paulo, dizendo
que o Arsenal cancelaria a compra do jogador caso houvesse
complicações na obtenção de passaporte de um dos 15 países da
União Européia.
A ameaça vale também para
Edu, caso haja demora na emissão de seu passaporte português.
Edmílson havia sido vendido ao
Arsenal por US$ 7 milhões.
""Existia um acordo verbal entre
o São Paulo e o Arsenal. Como o
Edmílson está há 40 dias sem poder se apresentar, primeiro por
causa do Paulista, depois por causa da Copa do Brasil, e agora por
causa da seleção, resolvemos suspender o negócio", disse Amaral.
Questionado se o caso Edu não
havia influenciado também na
decisão, o presidente são-paulino
admitiu que sim. ""O primeiro
motivo foi pelo fato de ele não poder se apresentar. O segundo, a
documentação, que não saiu em
tempo. O Arsenal tem suas razões
e respeita a nossa posição", disse.
Segundo ele, os procuradores
do atleta haviam se responsabilizado por providenciar a documentação para que ele pudesse
trabalhar na Inglaterra.
""É bom que o Edmílson permaneça no São Paulo. Quando o negociamos com o Arsenal, ele valia
uma coisa. Hoje, por ser um jogador de seleção, seu passe valorizou", afirmou o dirigente.
Em Foz do Iguaçu, onde treina
para a sua estréia na seleção brasileira nos jogos do próximo dia 18,
contra o Paraguai, em Assunção,
e dia 26, contra a Argentina, em
São Paulo, pelas eliminatórias da
Copa de 2002, Edmílson disse que
não estava sabendo do cancelamento de sua venda ao Arsenal.
O jogador, que afirmara que seu
pai seria descendente de portugueses, mas depois disse não saber direito, declarou ontem que
estava tentando tirar passaporte
da União Européia sob a justificativa de ter ascendência alemã.
O pai do zagueiro, Divino Moraes, mostrou-se confuso na semana passada, quando esteve no
CT do São Paulo. Ele disse que
"talvez" Edmílson fosse descendente de alemães ou portugueses.
"Como os clubes ingleses só podem contratar estrangeiros que
tenham feito uma série de jogos
pela seleção de seu país (75% dos
disputados nos últimos dois
anos), a transferência do Edmílson corria o risco de ser anulada",
disse o ex-lateral Cláudio, que
participou da negociação.
O diretor de futebol do São Paulo, José Dias, disse que o clube
planeja obter dupla nacionalidade para os seus principais jogadores, incluindo juniores. "Vamos
analisar os documentos de todos
os atletas. A idéia é pedir passaporte europeu para todos que tiverem condições", afirmou Dias.
Texto Anterior: Time inglês diz que jogador agiu de boa fé Próximo Texto: Futebol: Sem saída, Clube dos 13 admite desgaste Índice
|