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Festa
Cerimônias custam 72% dos recursos da Lei Piva
Festividades dos Jogos cariocas consumirão quase R$ 50 milhões
TCU contesta a contratação da empresa responsável pela organização do evento de abertura, hoje, que foi feita sem licitação pública
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Com início marcado para hoje no Maracanã, as festividades
do Pan-2007 vão custar R$ 49,8
milhões. Esse valor representa
72% dos recursos gerados pela
Lei Piva -principal verba do
esporte brasileiro- para as
confederações e o COB no ano
passado. O investimento nas
comemorações foi do governo
federal. Governo do Estado e
Prefeitura do Rio só ajudaram
com alguns apoios à ação.
As cerimônias de abertura e
encerramento, cerca de 80%
dos gastos, serão organizadas
pela empresa Mondo Entretenimento, contratada sem licitação. A falta de concorrência
ocorreu por culpa de atrasos do
Co-Rio (o comitê organizador
do Pan), segundo o TCU (Tribunal de Contas da União).
Procurados há um mês pela
Folha, as assessorias do Co-Rio
e do Ministério do Esporte não
responderam às perguntas sobre as festas do Pan-2007.
A previsão orçamentária era
a de que só a abertura e o encerramento consumiriam R$ 40
milhões. Outros itens atendidos são as cerimônias de boas-vindas de atletas, shows nos jogos e entrega de medalhas.
Para efeito de comparação,
as confederações de esportes
olímpicos costumam contar
com cerca de R$ 30 milhões por
ano da Lei Piva. No ano passado, esse valor foi maior para a
preparação para o Pan.
Em outro exemplo, o dinheiro total das festas do Pan bancaria os desfiles de 11 escolas de
samba do Grupo Especial do
Rio de Janeiro -ou seja, quase
o Carnaval inteiro. Estimativa
da Liesa (Liga Independente
das Escolas de Samba do Rio de
Janeiro) diz que um desfile custa em média R$ 4,5 milhões.
O Carnaval tem cerca de 50
mil fantasias e dois dias de
eventos, com até oito horas de
duração. A abertura e encerramento terão 5.365 fantasias,
com 2h40min na festa inicial.
Pela organização, a Mondo
Entretenimento ganhará R$
2,1 milhões. Além disso, o relatório do TCU de maio apontava
que a empresa receberia R$ 20
milhões para gastar na execução dos seus serviços.
Segundo o tribunal, a contratação da empresa "não tem
apoio na Lei de Licitações".
Alega que sabe-se a data do Pan
deste ano desde 2002. E dois
relatórios do órgão mostram
que atrasos do Co-Rio são os
principais responsáveis pela
contratação emergencial.
O governo havia pedido à entidade proposta para as cerimônias de abertura e fechamento em maio de 2006. Só em
dezembro o comitê entregou
esse documento, diz o tribunal.
Colaboraram RICARDO PERRONE, do Painel
FC, e MARIANA LAJOLO, enviada ao Rio
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