São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

O time é o problema

O PRIMEIRO gol do São Paulo nasceu de um lançamento brilhante de Miranda, para Marlos. O segundo, de uma arrancada do zagueiro tricolor, que acabou em pênalti. Na semana passada, o maior problema tricolor era ajeitar a defesa, que expôs defeitos individuais com apenas dois zagueiros. Ontem, as atuações de Jean Rolt e Renato Silva foram péssimas. Mas o grande problema foi montar o ataque.
E o maior erro, isolar Borges. Washington no banco, Dagoberto suspenso e a ideia geral agora é que nenhum dos dois serve para ser o parceiro de Borges. E, então, Ricardo Gomes escala Marlos como segundo atacante, Hugo como meia de ligação, e este é rapidamente anulado pela marcação de... Leonardo Moura.
Quando Léo Moura, como segundo volante, deixa a impressão de que não deixou o armador adversário jogar, pode acreditar: o meia são-paulino anulou a si próprio.
Até as semifinais do Paulistão, ninguém tinha dúvida ao responder quem tinha melhor elenco, entre Corinthians e São Paulo. O tricolor dava de goleada. Faz só três meses e a sensação geral é de que o elenco são-paulino tem deficiências incorrigíveis. Que Júnior César, Arouca, Washington, Hugo e Hernanes não servem.
Ninguém discute que nenhum deles tem jogado nada. Nem que Cristian, Elias e Jorge Henrique viraram jogadores do time mais sólido do futebol brasileiro -à parte a derrota sofrida ontem.
Nem os jogadores do São Paulo viraram brucutus, nem os corintianos se transformaram em craques. A princesa que beijou o sapo corintiano e transformou a todos em príncipes chama-se "futebol coletivo". A bruxa que tornou os são-paulinos sapos é a fragilidade do time, não do elenco.
Ontem, houve erros na defesa e no ataque. Até Miranda largou Zé Roberto, para cobrir Júnior César, que não dava conta de marcar Everton Silva, no primeiro tempo. Abriu o meio para Adriano evidenciar a fragilidade de Jean Rolt e Renato Silva.
No ataque, a equipe era estática e morria na marcação.
Quem não esteve estático foi Miranda, que participou dos dois gols e foi o melhor da partida. E se Miranda é o melhor atacante, o que está falhando é o time.

O DEDO NA FERIDA
Celso Roth foi o técnico da rodada. Levava um banho quando trocou o lateral-direito Marcos Rocha pelo atacante Alessandro. Deslocou Éder Luís para a ala direita e ganhou o jogo ali. O Atlético acabou com um tabu de dois anos e 12 jogos. Se o Cruzeiro empatasse, seria o maior tabu da história do clássico.

DEFESA INVICTA
Pela primeira vez com Mano, o Corinthians levou três gols de diferença. A última derrota por vantagem tão larga fora na estreia de Zé Augusto, em agosto de 2007: 2 x 5 para o Atlético-MG. Faltaram Chicão e William, e foi fatal. Com a zaga titular, o time não perde há 40 jogos: 29 vitórias e 11 empates.

ENQUANTO DER
O Palmeiras, a dois pontos do líder, tem um consenso em sua diretoria: segurar Jorginho... Enquanto der. Isso pode significar até o final do Campeonato Brasileiro, ou quando as derrotas começarem a pressionar. O problema é que todas as opções possíveis já foram, em algum momento da história, descartadas pela diretoria. Zinho, Evair, técnico estrangeiro, Nelsinho Batista... Até Jorginho, agora uma possibilidade, era verde demais na opinião dos dirigentes palmeirenses. Ou de menos.


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