São Paulo, quinta, 13 de novembro de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AÇÃO
Salto alto

CARLOS SARLI

Oito horas de caminhada para três segundos de prazer. Outras vezes, o longo período de andança substituído por uma infindável espera. Outras ainda, tudo muito rápido.
Pedras atiradas no precipício mediam o tempo de queda. A observação e a experiência avaliavam a intensidade e direção do vento. Hora certa, uma corrida no maior pau seguida por um longo grito se distanciando no abismo.
Essa foi a rotina de Luiz Henrique dos Santos, o Sabiá, nos últimos dias. Acompanhado de cinegrafistas, ele voltou à Chapada Diamantina, Bahia, para explorar novos pontos de saltos para o Base Jump.
Pára-quedista profissional, Sabiá se especializou em filmagens aéreas. Saltou de trikes e de jatos, bateu recordes de altura, participou de formações e vem se dedicando ao skysurf.
Fazendo dupla com o suíço Danny Hunziker, foi quinto colocado no Mundial deste ano, ficando atrás do seu ex-companheiro, Pierre Choffard, que com Gui Padua, foi vice.
Lamenta o resultado, mas a real é que ultimamente só o Base Jump faz seus olhos brilharem e sua boca não parar de contar histórias.
Voltando à Chapada, foi como largar um adolescente nos bastidores de um desfile de lingeries. Fascinado, Sabiá saiu atrás de saltos inéditos. Facilitando com os riscos, foi deixando seu registro em todas as montanhas onde o salto é possível. No Morro do Pai Inácio, reviveu a lenda do escravo emboscado pelos capangas do coronel que teve a filha seduzida. Pai Inácio se atirou e acabou salvo ao abrir o guarda-chuva.
A onda do Base Jump -saltar de pontos fixos como prédios, antenas, pontes e montanhas- varia entre a queda livre mais longa -a sua foi de 13 segundos no Monte Brento, Itália- ao salto mais baixo possível. No seu caso, três e meio segundos de velame aberto.
Não dá para errar.

NOTAS

Maresia
Com a mão na taça, Victor Ribas disputa, a partir de amanhã, no Ceará, o Maresia Surf Festival. Basta vencer uma bateria para conquistar o primeiro título brasileiro. Mesmo que perca, somente Tinguinha, vencendo a etapa, o supera.


WQS Enquanto o potiguar Marcelo Nunes, 18, se tornava o primeiro amador a vencer uma etapa do Abrasp e adiava a decisão do Brasileiro em Pernambuco, ondas de 10 pés em Sunset, no Havaí, animavam o X-Cell Pro. Pedro Muller ficou em quinto.

Adventure Race
Pela primeira vez uma equipe brasileira participa de uma competição desse tipo. Com uma mulher, obrigatória, cinco atletas disputam, desde domingo, o Southern Traverse na Nova Zelândia. Cinco dias é o tempo previsto para as equipes cobrirem, correndo, remando, escalando e pedalando, os 350 km da prova.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.