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AÇÃO
Salto alto
CARLOS SARLI
Oito horas de caminhada para três segundos de prazer. Outras vezes, o longo período de
andança substituído por uma
infindável espera. Outras ainda, tudo muito rápido.
Pedras atiradas no precipício
mediam o tempo de queda. A
observação e a experiência avaliavam a intensidade e direção
do vento. Hora certa, uma corrida no maior pau seguida por
um longo grito se distanciando
no abismo.
Essa foi a rotina de Luiz Henrique dos Santos, o Sabiá, nos
últimos dias. Acompanhado de
cinegrafistas, ele voltou à Chapada Diamantina, Bahia, para
explorar novos pontos de saltos
para o Base Jump.
Pára-quedista profissional,
Sabiá se especializou em filmagens aéreas. Saltou de trikes e
de jatos, bateu recordes de altura, participou de formações e
vem se dedicando ao skysurf.
Fazendo dupla com o suíço
Danny Hunziker, foi quinto colocado no Mundial deste ano,
ficando atrás do seu ex-companheiro, Pierre Choffard, que
com Gui Padua, foi vice.
Lamenta o resultado, mas a
real é que ultimamente só o Base Jump faz seus olhos brilharem e sua boca não parar de
contar histórias.
Voltando à Chapada, foi como largar um adolescente nos
bastidores de um desfile de lingeries. Fascinado, Sabiá saiu
atrás de saltos inéditos. Facilitando com os riscos, foi deixando seu registro em todas as
montanhas onde o salto é possível. No Morro do Pai Inácio,
reviveu a lenda do escravo emboscado pelos capangas do coronel que teve a filha seduzida.
Pai Inácio se atirou e acabou
salvo ao abrir o guarda-chuva.
A onda do Base Jump -saltar
de pontos fixos como prédios,
antenas, pontes e montanhas-
varia entre a queda livre mais
longa -a sua foi de 13 segundos no Monte Brento, Itália-
ao salto mais baixo possível. No
seu caso, três e meio segundos
de velame aberto.
Não dá para errar.
NOTAS
Maresia
Com a mão na taça, Victor
Ribas disputa, a partir de amanhã, no Ceará, o Maresia Surf
Festival. Basta vencer uma bateria para conquistar o primeiro título brasileiro. Mesmo que
perca, somente Tinguinha,
vencendo a etapa, o supera.
WQS
Enquanto o potiguar Marcelo
Nunes, 18, se tornava o primeiro amador a vencer uma etapa
do Abrasp e adiava a decisão do
Brasileiro em Pernambuco,
ondas de 10 pés em Sunset, no
Havaí, animavam o X-Cell Pro.
Pedro Muller ficou em quinto.
Adventure Race
Pela primeira vez uma equipe
brasileira participa de uma
competição desse tipo. Com
uma mulher, obrigatória, cinco atletas disputam, desde domingo, o Southern Traverse na
Nova Zelândia. Cinco dias é o
tempo previsto para as equipes
cobrirem, correndo, remando,
escalando e pedalando, os 350
km da prova.
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