São Paulo, sábado, 13 de novembro de 2004

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ATLETISMO

Grego que "resgatou" brasileiro na maratona de Atenas cria site para avaliar sua atitude antes de vir ao país

On-line, "anjo" de Vanderlei testa fama

GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao recordar a cena em que invade a pista e salva o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima nos Jogos de Atenas, Polyvios Kossivas ficava sempre com a mesma cisma: será que os brasileiros gostaram da atitude que tomou?
A questão martelou tanto na cabeça que o ex-jogador de basquete, encontrado pela Folha após a Olimpíada, resolveu agir. Desde o início desta semana, ele empresta seu nome a um site na internet (www.polyvios-kossivas.com).
Objetivo: criar um fórum para que as pessoas comentem a postura que tomou na maratona.
"Sempre tive uma grande curiosidade para saber como vocês acompanharam esse episódio do Vanderlei. Como eu vou viajar para o Brasil em breve, preciso ter uma noção de como sou visto no seu país", explicou Kossivas.
Ele se refere ao convite que recebeu para participar do Prêmio Brasil Olímpico, no dia 7, no Rio.
Vanderlei será um dos homenageados da noite. Kossivas, chamado pelo Comitê Olímpico Brasileiro, vai entregar um prêmio.
"Finalmente vou realizar um desejo antigo: apertar a mão do cara que eu ajudei em Atenas."
Na página que criou, há referências ao maratonista por todos os lados. Uma seqüência de fotos, por exemplo, resume os fatos que ocorreram naquele 29 de agosto.
Kossivas acompanhava a maratona quando viu o ex-padre irlandês Cornelius Horan avançar sobre o líder da prova. Pulou uma fita que separava público e atletas, afastou o agressor e gritou para Vanderlei se levantar.
Existem também informações pessoais. Kossivas, 53, colocou o currículo completo no ar -aborda desde o período em que foi jogador de basquete até o histórico da carreira como vendedor.
O principal chamariz, porém, é o mural de recados. "Quero que acessem e digam o que pensam de mim. Preciso saber que tipo de público encontrarei no Brasil."
Uma curiosidade chama a atenção. No segmento de nome "contatos", no qual Kossivas disponibiliza ao internauta seus contatos, existe também a menção para um relações públicas. Detalhe: quem assina a função é George Diamantopoulos, vizinho de Kossivas. Quando a Folha o encontrou, no dia 14 de setembro, George foi chamado às pressas ao telefone para atuar como intérprete -Kossivas não fala inglês.
Desde então, não parou mais de assessorar o colega. "O Polyvios me pediu para viajar ao Brasil. Ele confessou que não consegue mais viver sem mim", brinca George.


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