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ATLETISMO
Grego que "resgatou" brasileiro na maratona de Atenas cria site para avaliar sua atitude antes de vir ao país
On-line, "anjo" de Vanderlei testa fama
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao recordar a cena em que invade a pista e salva o maratonista
Vanderlei Cordeiro de Lima nos
Jogos de Atenas, Polyvios Kossivas ficava sempre com a mesma
cisma: será que os brasileiros gostaram da atitude que tomou?
A questão martelou tanto na cabeça que o ex-jogador de basquete, encontrado pela Folha após a
Olimpíada, resolveu agir. Desde o
início desta semana, ele empresta
seu nome a um site na internet
(www.polyvios-kossivas.com).
Objetivo: criar um fórum para
que as pessoas comentem a postura que tomou na maratona.
"Sempre tive uma grande curiosidade para saber como vocês
acompanharam esse episódio do
Vanderlei. Como eu vou viajar
para o Brasil em breve, preciso ter
uma noção de como sou visto no
seu país", explicou Kossivas.
Ele se refere ao convite que recebeu para participar do Prêmio
Brasil Olímpico, no dia 7, no Rio.
Vanderlei será um dos homenageados da noite. Kossivas, chamado pelo Comitê Olímpico Brasileiro, vai entregar um prêmio.
"Finalmente vou realizar um
desejo antigo: apertar a mão do
cara que eu ajudei em Atenas."
Na página que criou, há referências ao maratonista por todos os
lados. Uma seqüência de fotos,
por exemplo, resume os fatos que
ocorreram naquele 29 de agosto.
Kossivas acompanhava a maratona quando viu o ex-padre irlandês Cornelius Horan avançar sobre o líder da prova. Pulou uma fita que separava público e atletas,
afastou o agressor e gritou para
Vanderlei se levantar.
Existem também informações
pessoais. Kossivas, 53, colocou o
currículo completo no ar -aborda desde o período em que foi jogador de basquete até o histórico
da carreira como vendedor.
O principal chamariz, porém, é
o mural de recados. "Quero que
acessem e digam o que pensam de
mim. Preciso saber que tipo de
público encontrarei no Brasil."
Uma curiosidade chama a atenção. No segmento de nome "contatos", no qual Kossivas disponibiliza ao internauta seus contatos,
existe também a menção para um
relações públicas. Detalhe: quem
assina a função é George Diamantopoulos, vizinho de Kossivas.
Quando a Folha o encontrou, no
dia 14 de setembro, George foi
chamado às pressas ao telefone
para atuar como intérprete
-Kossivas não fala inglês.
Desde então, não parou mais de
assessorar o colega. "O Polyvios
me pediu para viajar ao Brasil. Ele
confessou que não consegue mais
viver sem mim", brinca George.
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