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Desafetos se reaproximam, e CBF garante patrocínio do Flamengo
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, se dispôs a abrir os cofres da entidade para tentar resolver o caos financeiro do Flamengo, dirigido por Marcio Braga, seu
desafeto há mais de 15 anos.
Durante conversa por telefone
realizada na tarde de ontem, Braga aceitou a ajuda de Teixeira.
Apesar de não terem falado em
valores na conversa, o presidente
do Flamengo vai pedir na segunda-feira cerca de R$ 2 milhões. A
quantia será usada para pagar a
dívida do clube com o INSS, que
está emperrando a renovação do
contrato com a Petrobras.
Anteontem, Braga havia declarado que o Flamengo estava entrando em estado de insolvência
por causa da crise econômica na
Gávea. Desde o dia 6, o clube está
impedido pela Justiça Federal de
assinar o novo contrato de patrocínio com a estatal.
Para conseguir a liminar, o procurador Flávio Paixão de Moura
Souza alegou que a Constituição
Federal e a lei 8.666/93, que trata
das licitações governamentais,
não permitem que o Poder Público firme contratos com empresas
em situação fiscal irregular.
Atualmente, a Petrobras exige
que o clube apresente uma certidão negativa do INSS para renovar o acordo. Os dirigentes do Flamengo dizem que terão que pagar
R$ 1,8 milhão para conseguir a
certidão. "Vou aceitar sem problemas a ajuda da CBF. Ele [Teixeira] já deu dinheiro ao Vasco,
ao Corinthians, ao Palmeiras e à
Federação do Rio. Por isso, não
vejo nada demais", disse Braga,
que se reaproximou de Teixeira
na semana passada.
Os dois se encontraram na sede
da CBF há uma semana para discutir um projeto de reformulação
do futebol. Mesmo assim, evitaram dizer que agora são aliados.
Neste ano, a Petrobras concordou em pagar R$ 1 milhão por
mês ao Flamengo pelo patrocínio.
No final da tarde de ontem, o
prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL),
decidiu repassar R$ 2,5 milhões
ao clube carioca, que deve usar o
dinheiro para construir um centro de treinamento.
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