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Sindicato de juízes contra-ataca e
vai avaliar erros de atleta e técnico
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Cansados de serem objeto de
críticas e de desconfianças ao fim
de cada partida, os árbitros do futebol paulista resolveram contra-atacar e passarem de observados a
observadores dos fatos que ocorrem dentro dos gramados.
O Sindicato dos Árbitros do Estado de São Paulo (Safesp) criou
um sistema para fazer com técnicos e jogadores o que é feito com
seus associados. Após cada rodada em que times paulistas tenham
atuado, a entidade pretende divulgar em seu site oficial uma avaliação das partidas.
Segundo Sérgio Corrêa da Silva,
presidente do Safesp, o intuito é
demonstrar que, assim como os
juizes, treinadores e atletas também erram durante os jogos e que
os resultados dos confrontos não
podem ser freqüentemente imputados a atuações da arbitragem.
"O árbitro é sempre colocado
em dúvida, mas não só pelo lado
técnico. Sempre falam que em todos os jogos os árbitros são mal-intencionados", diz Corrêa. "O
juiz está sob pressão o tempo todo. Está no fio da navalha. Existe
um exagero nas cobranças sobre a
arbitragem", completa o sindicalista, que também já foi árbitro.
Para Corrêa, um dos motivos
para tal aumento de pressão são
os comentários feitos nas transmissões de TV por ex-juízes.
"Eles são muito ácidos. Do jeito
que falam, parece que quando
apitavam eram perfeitos e que os
árbitros de hoje não prestam."
O problema, por enquanto, é a
maneira que o sindicato encontrou para fazer as avaliações. As
críticas aos outros "personagens"
do futebol não serão feitas a partir
de observações de membros da
entidade. Serão baseadas nas
opiniões e relatos da imprensa sobre a atuação dos jogadores e dos
treinadores.
"Vamos fazer uma análise geral
do que a imprensa destacar. As
críticas também são contundentes em relação aos jogadores e aos
técnicos, mas essa leitura acaba
não sendo feita", analisa o presidente do Safesp.
O dirigente do sindicato diz não
temer ser acusado de tentar desviar o foco com relação aos problemas ocorridos no Brasileiro do
ano passado, quando o ex-árbitro
Edilson Pereira de Carvalho manipulou resultados. "A minha assessoria de imprensa me alertou
para isso, mas acho que mesmo
assim temos que fazer."
Para o presidente da comissão
de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, o coronel da reserva da PM Marcos Marinho, a
atitude do Safesp não deverá ajudar nem atrapalhar seu trabalho.
"O que o sindicato faz é problema dele", diz, sem reprovar a
idéia. "Eles estão indo em defesa
dos associados. É uma forma de
mostrar que todos são suscetíveis
a erros. Está havendo um preconceito com árbitros."
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