São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2001

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FUTEBOL

Time desconta desvantagem de dois gols e empata em 3 a 3 com a Ponte

Botafogo, com garra e bolas paradas, vai à final inédita

DA REPORTAGEM LOCAL

Com um empate conseguido aos 35min do segundo tempo, depois de ter estado perdendo por dois gols de diferença, o Botafogo conquistou o direito de disputar, pela primeira vez na sua história, uma final do Paulista.
O time de Ribeirão Preto empatou em 3 a 3 com a Ponte Preta, em Campinas, e, por ter vencido por 2 a 1 o primeiro jogo da semifinal, está na decisão, contra o poderoso Corinthians, do técnico Wanderley Luxemburgo.
A conquista inédita do Botafogo levou milhares de torcedores às ruas de Ribeirão Preto, onde o clube foi fundado em 1918.
"Foi incrível, tivemos tranquilidade para conseguir esse feito histórico", disse o técnico Lori Sandri, do Botafogo, após o jogo.
"Nossa equipe está de parabéns, apesar de tudo. Vamos seguir trabalhando porque ainda temos a Copa do Brasil", disse Nelsinho, técnico da Ponte Preta.
Sandri, tranquilo, diz que a equipe não teme o Corinthians. "Estamos na disputa para vencer. Na primeira vez que nos enfrentamos no Paulista, o Botafogo foi mal [5 a 1 para o time da capital". Dessa vez, espero poder devolver alguma coisa para eles", disse.
O triunfo do Botafogo calou o estádio Moisés Lucarelli, que estava lotado, e eliminou da final o melhor time da primeira fase do Campeonato Paulista.
A Ponte Preta, favorita para ficar com a vaga, terminou a fase classificatória em primeiro lugar.
Já o Botafogo fez campanha irregular e acabou classificado à semifinal graças ao regulamento deste ano, que previa a disputa de um ponto extra nos jogos que terminassem empatados com gols.
Chegou à semifinal desacreditado, mas ganhou força com a vitória por 2 a 1 em Ribeirão Preto.
Na partida decisiva de ontem, o Botafogo também teve que se superar, pois foi encurralado pela Ponte Preta, que marcou logo no início, aos 15min, com Washington. Nessa altura, o goleiro Doni já havia defendido um pênalti, cobrado pelo mesmo Washington.
A defesa botafoguense não se entendia, e a Ponte Preta dava sinais de que ganharia com facilidade. Quando faltavam 15 minutos para o fim do primeiro tempo, o jogo já estava 2 a 0 para a Ponte, já que Washington havia driblado, aos 29min, Doni e marcado seu 16º gol no Paulista. Ele é o artilheiro isolado da competição.
Se a defesa falhava, o meio-campo não criava, pois sentia a ausência de Luciano Ratinho, machucado. A sorte também parecia não estar do lado do Botafogo. Aos 45min, Bell marcaria o primeiro gol da equipe, mas o atacante Robert, impedido, decidiu tocar na bola antes que ela entrasse.
"Foi reflexo", disse Robert.
O Botafogo deixou o gramado no final da primeira etapa com ares de que havia se entregado.
"Conversamos muito no vestiário. Vimos o que estava e errado e, acima de tudo, prometemos uns aos outros garra para buscar a classificação", disse Doni.
A garra e as bolas paradas ajudaram o time de Ribeirão. César marcou em cobrança de falta, aos 3min, mas Piá ampliou outra vez a vantagem da Ponte, aos 10min.
Quando alguns torcedores campineiros já comemoravam, Augusto completou falta de cabeça e diminuiu, aos 31min.
Quatro minutos depois, a classificação. Chris sofreu pênalti. Leandro bateu e fez.
Ponte-pretanos choravam no gramado e nas arquibancadas.



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