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VÔLEI
Vitória e drama
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Dois jogos contra a Holanda, duas vitórias na Liga Mundial. Um bom começo
da era Bernardinho no vôlei
masculino. Uma pena que esse
início também tenha sido marcado pelo drama de Marcelo
Negrão: uma contusão séria no
primeiro jogo contra os holandeses e a previsão de oito meses
longe da bola.
Para quem tem acompanhado o percurso de Marcelo, o
mais dolorido é que a contusão
ocorreu no momento em que ele
estava conseguindo voltar à sua
melhor forma depois de três
anos difíceis.
Na última temporada, ele fez
um trabalho especial no time de
Suzano. Com a mudança da
preparação física, ficou mais leve, ágil e ganhou impulsão.
O jogador, que também estava
atacando com o braço um tanto
encolhido, corrigiu esse movimento com sessões de RPG (método de reeducação postural) e
ganhou potência no ataque. Resultado: acabou a Superliga como o terceiro melhor atacante
da competição e voltou a ser
convocado para a seleção.
No time nacional, agora comandado por Bernardinho,
Marcelo se sentia mais confiante. Com o técnico anterior, Radamés Lattari, o relacionamento nunca foi dos melhores. Logo
nas primeiras convocações, foi
obrigado a jogar fora de sua posição, acabou tendo problemas
com Lattari e deixou a seleção.
Tanto os jogadores como a
atual comissão técnica sabiam o
que significava para Marcelo
Negrão voltar à equipe brasileira com Bernardinho, um técnico que acredita nele.
Agora, resta apenas torcer para que Marcelo tenha força, se
recupere e retome a trajetória
que estava fazendo.
Já na quadra, as duas novidades do Brasil foram André Nascimento e Henrique, a dupla do
Telemig/Minas. Novatos em seleção, os dois impressionaram
pela segurança. Com os jogadores que o Brasil tem e com mais
um pouco de tempo de treino,
esse time deve ir longe.
Outra seleção que vive tempos
de mudança é a de Cuba. No
masculino, o time nunca chegou
perto das conquistas do feminino, atual tricampeão olímpico e
bicampeão mundial. Mas o sétimo lugar nos Jogos de Sydney-2000 foi demais para a paciência dos dirigentes cubanos.
A nova comissão técnica já
inova na sua formação. É um
colegiado formado por Gilberto
Herrera, Luis Oviedo e Victor
Garcia. Segundo diagnóstico do
novo comando técnico, nos últimos anos os cubanos perderam
uma de suas maiores qualidades: a capacidade de saltar.
Não por acaso, nos últimos
quatro meses, a prioridade foi a
preparação física. O time ficou
um mês no Equador aproveitando a altitude de algumas cidades do país. O trabalho parece
que deu resultado: verificou-se
um aumento de até 13 cm nos
saltos dos atletas.
A comissão técnica cubana
tem citado o caso de dois jogadores. Um deles é o atacante Angel Dennis, 23 anos e 1,93 m. Na
sua ficha técnica em Sydney, alcançava uma bola no ataque a
3,58 m do chão. Ele melhorou
essa marca para 3,66 m.
O caso mais impressionante é
o do atacante Leonel Marshall,
21 anos e 1,98 m. Ele já tinha um
alcance de bola no ataque respeitável: 3,65 m. Com um trabalho especial, passou a ter 1,18 m
de impulsão. Acredite se quiser:
segundo a imprensa cubana,
Marshall está pegando uma bola a 3,78 m do chão, um recorde.
Italiano
O Reggio Calabria, da russa Evgenia Artamonova, derrotou o Bergamo por 3 sets a 2, na rodada do fim de semana. O time, com duas vitórias e uma derrota nas três partidas já disputadas, precisa vencer mais um jogo para conquistar o título italiano. A romena Cristina Pirv, que atuou no MRV/Minas, voltou a defender o Reggio Calabria. Ela havia sido impedida de jogar por ter disputado outro campeonato nacional, mas o time entrou com um recurso -e ele foi aceito.
Público
No primeiro fim de semana da Liga Mundial, Cuba foi o país que levou maior número de torcedores ao ginásio. Em Havana, 17.400 pessoas acompanharam a vitória da seleção cubana sobre Portugal por 3 sets a 0. No segundo jogo, em que os cubanos também venceram os portugueses por 3 sets a 0, o público chegou a 15.100 pessoas.
E-mail cidasan@uol.com.br
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