São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2001

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VÔLEI

Vitória e drama

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Dois jogos contra a Holanda, duas vitórias na Liga Mundial. Um bom começo da era Bernardinho no vôlei masculino. Uma pena que esse início também tenha sido marcado pelo drama de Marcelo Negrão: uma contusão séria no primeiro jogo contra os holandeses e a previsão de oito meses longe da bola.
Para quem tem acompanhado o percurso de Marcelo, o mais dolorido é que a contusão ocorreu no momento em que ele estava conseguindo voltar à sua melhor forma depois de três anos difíceis.
Na última temporada, ele fez um trabalho especial no time de Suzano. Com a mudança da preparação física, ficou mais leve, ágil e ganhou impulsão.
O jogador, que também estava atacando com o braço um tanto encolhido, corrigiu esse movimento com sessões de RPG (método de reeducação postural) e ganhou potência no ataque. Resultado: acabou a Superliga como o terceiro melhor atacante da competição e voltou a ser convocado para a seleção.
No time nacional, agora comandado por Bernardinho, Marcelo se sentia mais confiante. Com o técnico anterior, Radamés Lattari, o relacionamento nunca foi dos melhores. Logo nas primeiras convocações, foi obrigado a jogar fora de sua posição, acabou tendo problemas com Lattari e deixou a seleção.
Tanto os jogadores como a atual comissão técnica sabiam o que significava para Marcelo Negrão voltar à equipe brasileira com Bernardinho, um técnico que acredita nele.
Agora, resta apenas torcer para que Marcelo tenha força, se recupere e retome a trajetória que estava fazendo.
Já na quadra, as duas novidades do Brasil foram André Nascimento e Henrique, a dupla do Telemig/Minas. Novatos em seleção, os dois impressionaram pela segurança. Com os jogadores que o Brasil tem e com mais um pouco de tempo de treino, esse time deve ir longe.
Outra seleção que vive tempos de mudança é a de Cuba. No masculino, o time nunca chegou perto das conquistas do feminino, atual tricampeão olímpico e bicampeão mundial. Mas o sétimo lugar nos Jogos de Sydney-2000 foi demais para a paciência dos dirigentes cubanos.
A nova comissão técnica já inova na sua formação. É um colegiado formado por Gilberto Herrera, Luis Oviedo e Victor Garcia. Segundo diagnóstico do novo comando técnico, nos últimos anos os cubanos perderam uma de suas maiores qualidades: a capacidade de saltar.
Não por acaso, nos últimos quatro meses, a prioridade foi a preparação física. O time ficou um mês no Equador aproveitando a altitude de algumas cidades do país. O trabalho parece que deu resultado: verificou-se um aumento de até 13 cm nos saltos dos atletas.
A comissão técnica cubana tem citado o caso de dois jogadores. Um deles é o atacante Angel Dennis, 23 anos e 1,93 m. Na sua ficha técnica em Sydney, alcançava uma bola no ataque a 3,58 m do chão. Ele melhorou essa marca para 3,66 m.
O caso mais impressionante é o do atacante Leonel Marshall, 21 anos e 1,98 m. Ele já tinha um alcance de bola no ataque respeitável: 3,65 m. Com um trabalho especial, passou a ter 1,18 m de impulsão. Acredite se quiser: segundo a imprensa cubana, Marshall está pegando uma bola a 3,78 m do chão, um recorde.

Italiano
O Reggio Calabria, da russa Evgenia Artamonova, derrotou o Bergamo por 3 sets a 2, na rodada do fim de semana. O time, com duas vitórias e uma derrota nas três partidas já disputadas, precisa vencer mais um jogo para conquistar o título italiano. A romena Cristina Pirv, que atuou no MRV/Minas, voltou a defender o Reggio Calabria. Ela havia sido impedida de jogar por ter disputado outro campeonato nacional, mas o time entrou com um recurso -e ele foi aceito.

Público
No primeiro fim de semana da Liga Mundial, Cuba foi o país que levou maior número de torcedores ao ginásio. Em Havana, 17.400 pessoas acompanharam a vitória da seleção cubana sobre Portugal por 3 sets a 0. No segundo jogo, em que os cubanos também venceram os portugueses por 3 sets a 0, o público chegou a 15.100 pessoas.

E-mail cidasan@uol.com.br



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