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FUTEBOL
RODRIGO BUENO
@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br
Histórias incríveis da Argentina na América
EIS QUE chega às minhas
mãos, como um presente em
meio a Uruguai x México,
um exemplar de "Historias
Increíbles de Argentina en la
Copa América", de Oscar
Barnade.
O autor do primeiro gol
argentino contra o Brasil no
torneio, para a surpresa local, foi um Negro: "El Negro
José Laguna", assim chamado por ser moreno e por
ser do interior.
O "negrito salteño" estava mais preocupado em
1916 em usar bons ternos e
em ser aceito na capital
quando foi convidado de última hora para enfrentar o
Brasil, já que dois consagrados goleadores argentinos
não estavam à disposição. O
"Negro" aceitou a oferta e
foi aceito na cidade.
Em 1920, quando ainda
faltavam 40 anos para o
nascimento de Maradona e
a família Tevez não era muito conhecida, o "jogador do
povo" fez o povo chorar.
Num clássico ante o Uruguai, Calomino, apelidado
carinhosamente de Calumín, perdeu o primeiro pênalti da competição.
Ídolo do Boca, Calomino
não perdeu três penais em
um mesmo jogo, como Palermo, porém, quando o goleiro uruguaio Juan Legnazzi defendeu sua cobrança,
foi algo inédito. O povo não
conseguia acreditar.
O povo também não acreditou, em 1937, no que um
garoto que completou 19
anos naquela Copa América
fez ante o Brasil e criou um
hit: "La gente se mata, por
ver a De la Mata".
A Argentina tinha renomados atletas, como Varallo e Sastre, mas o menino
do Central Córdoba entrou
dois minutos antes do fim
do tempo regulamentar no
jogo final de desempate entre argentinos e brasileiros.
Substituiu o líder Varallo
e ouviu do craque Sastre:
"Pibe, ponete a mi lado que
hoy hacemos capote". De la
Mata fez os dois gols que
saíram na prorrogação, um
de voleio e outro com um toque certeiro, e ficou então
conhecido como Capote.
Mesma sorte não teve
Juan Carlos Heredia na
maior goleada da história
da Copa América. Em 1942,
quando o esquadrão da Argentina com Moreno e Pedernera não pôde ser campeão mundial simplesmente porque não houve Copa, o
Equador era sim muito bobo
no futebol e levou de 12 a 0.
Heredia foi o único da linha de ataque que não marcou no baile. Quando estava
10 a 0, os companheiros só
passavam a bola para ele
anotar. Não conseguiu.
Histórias como essas são
inúmeras na América. Nunca é tarde para descobri-las.
O DÉRBI DA AMÉRICA
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