São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2011

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FUTEBOL

RODRIGO BUENO

@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

Histórias incríveis da Argentina na América

EIS QUE chega às minhas mãos, como um presente em meio a Uruguai x México, um exemplar de "Historias Increíbles de Argentina en la Copa América", de Oscar Barnade.
O autor do primeiro gol argentino contra o Brasil no torneio, para a surpresa local, foi um Negro: "El Negro José Laguna", assim chamado por ser moreno e por ser do interior.
O "negrito salteño" estava mais preocupado em 1916 em usar bons ternos e em ser aceito na capital quando foi convidado de última hora para enfrentar o Brasil, já que dois consagrados goleadores argentinos não estavam à disposição. O "Negro" aceitou a oferta e foi aceito na cidade.
Em 1920, quando ainda faltavam 40 anos para o nascimento de Maradona e a família Tevez não era muito conhecida, o "jogador do povo" fez o povo chorar. Num clássico ante o Uruguai, Calomino, apelidado carinhosamente de Calumín, perdeu o primeiro pênalti da competição.
Ídolo do Boca, Calomino não perdeu três penais em um mesmo jogo, como Palermo, porém, quando o goleiro uruguaio Juan Legnazzi defendeu sua cobrança, foi algo inédito. O povo não conseguia acreditar.
O povo também não acreditou, em 1937, no que um garoto que completou 19 anos naquela Copa América fez ante o Brasil e criou um hit: "La gente se mata, por ver a De la Mata".
A Argentina tinha renomados atletas, como Varallo e Sastre, mas o menino do Central Córdoba entrou dois minutos antes do fim do tempo regulamentar no jogo final de desempate entre argentinos e brasileiros.
Substituiu o líder Varallo e ouviu do craque Sastre: "Pibe, ponete a mi lado que hoy hacemos capote". De la Mata fez os dois gols que saíram na prorrogação, um de voleio e outro com um toque certeiro, e ficou então conhecido como Capote.
Mesma sorte não teve Juan Carlos Heredia na maior goleada da história da Copa América. Em 1942, quando o esquadrão da Argentina com Moreno e Pedernera não pôde ser campeão mundial simplesmente porque não houve Copa, o Equador era sim muito bobo no futebol e levou de 12 a 0.
Heredia foi o único da linha de ataque que não marcou no baile. Quando estava 10 a 0, os companheiros só passavam a bola para ele anotar. Não conseguiu.
Histórias como essas são inúmeras na América. Nunca é tarde para descobri-las.

O DÉRBI DA AMÉRICA
migre.me/5fFjH


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