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FUTEBOL
Chelsky
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o sertão vai virar mar ninguém sabe, mas que o mar virou céu ninguém tem dúvida.
O Chelsea foi rebatizado informalmente de Chelsky. A brincadeira na Europa em torno do
tradicional time londrino pode ficar séria. Tudo isso por causa de
uma autêntica revolução russa.
O magnata Roman Abramovich assumiu o controle do clube
inglês. Seu plano? Colocar a equipe imediatamente no mesmo nível do Manchester United e do
Real Madrid. Só para começar.
Crespo, Verón, Makelele, Geremi, Duff, Mutu, Johnson, Bridge,
Cole... São até agora 157 milhões na compra de jogadores,
quase 120 milhões a mais do
que o homem do petróleo na Rússia pagou recentemente para ter a
maioria das ações do Chelsea.
A ambição não parou por aí.
Nos últimos dias, Roman tirou o
Beckham dos dirigentes ingleses
do agora rival Manchester United. Peter Kenyon foi peça fundamental na ascensão dos Diabos
Vermelhos no fim do século 20.
A contratação do badalado executivo mostra que mais loucuras
financeiras podem vir pela frente.
Kenyon tratou, por exemplo, da
contratação do zagueiro Ferdinand por mais de US$ 40 milhões.
Mas quem é esse Roman? A biografia dele mostra dor (perdeu o
pai com quatro anos e a mãe
quando tinha só 18 meses) e dinheiro (aos 36 anos era, segundo
a lista da Forbes, a 49ª pessoa
mais rica do planeta). Passou pelo
exército russo e concentrou seus
negócios em Omsk (lembra do
War?). Sua meteórica ascensão,
óbvio, despertou muitas dúvidas.
A partir de 1992, Roman passou
a integrar o círculo do ex-presidente Boris Yeltsin. Enquanto a
Rússia sofria grave crise econômica, jorrava cada vez mais grana
para o empresário e político -virou governador em sua região.
Para se divertir, comprou um time de hóquei. Quis se divertir um
pouco mais e levou o Chelsea.
Seu mais novo brinquedo está
na Copa dos Campeões, que começa para valer na terça-feira. E
os números mostram que não entrará para brincar. O Chelsky gastou 51,6% do total investido por
clubes ingleses para a temporada.
O esbanjador Real Madrid ""só"
ficou mesmo com Beckham por
aquela pechincha ( 25 milhões
agora e mais 10 milhões, talvez,
nos próximos quatro anos). Enquanto o mundo todo tira o pé do
acelerador, Roman pisa fundo.
Se o time anglo-russo está gastando errado não tem problema.
Há muito mais para gastar, e a
mídia já despertou para o novo
braço do magnata (terça tem
Sparta x Chelsea na ESPN Brasil).
O começo não mais que razoável no Campeonato Inglês não incomoda porque a equipe está sendo montada às pressas. Antes, as
estrelas eram ""apenas" Desailly,
Petit, Hasselbaink, Babayaro...
O técnico Claudio Ranieri soma
quatro temporadas no Chelsea,
mas de repente teve a sensação de
ter trocado de clube tamanha foi
a mudança recente. Alguns insucessos ou alguns caprichos de Roman podem fazer com que essa
sensação se torne realidade.
Não dá para dizer ainda se Roman e o céu têm limites. Sabe-se
que o céu é tão azul quanto o mar
e o Chelsea. E que o céu é maior.
Campeonato Italiano de 1990
A bombástica entrevista de Corrado Ferlaino não alterou muito a
imagem de Maradona, mas manchou totalmente o torneio daquele
ano. Árbitro arrumado, forçada de barra no caso da moedinha, antidoping burlado... Se quiser, Berlusconi cassa o título do Napoli.
Copa de 1982
Inzaghi fez três gols pela Azzurra contra País de Gales nas eliminatórias da Euro. O último jogador que tinha feito uma ""tripleta" pela Itália em jogo não-amistoso foi um tal de Paolo Rossi contra o Brasil.
Nesses 21 anos, só Bagni e Chiesa marcaram três vezes em um jogo.
Copa de 1974
Ôps. Na semana passada, nota trocou esse Mundial pelo de 1970.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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