São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2001

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Casos de "drogas sociais" viram rotina no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Régis, do Bahia, é o caso mais recente de jogador punido por uso de "drogas sociais" no país. O exame antidoping comprovou que ele usou maconha antes de dois jogos do Brasileiro. Suspenso preventivamente, Régis é um caso típico dos que poderiam ser beneficiados pela nova proposta da Wada.
A pena de suspensão para doping no Brasil não leva em consideração se a substância encontrada na urina do atleta é um estimulante ou uma droga social. No futebol, a suspensão pode chegar a um ano.
Segundo Jari Nobrega Cardoso, coordenador do Ladetec, o laboratório responsável pelos exames no país, o teste aplicado é capaz de detectar mais de 200 tipos de substâncias proibidas, mas que existem diferentes gradações para que elas sejam detectadas.
Tanus Jorge Nagem, presidente da Comissão Nacional de Controle de Dopagem da CBF, disse que há uma "tolerância" no caso da maconha.
"Diferentemente da cocaína, que não há gradação, se encontrada o atleta deve ser punido, no caso da maconha existe uma pequena tolerância, de 15 monogramas por mililitro de urina, que é admitido. Isso existe para evitar que um atleta seja punido sem ter usado a droga, apenas inalado a fumaça", disse Nagem.
Os casos de drogas sociais no futebol, antes raros, ficaram frequentes nos últimos anos.
O atacante Dinei foi flagrado em 1996, quando atuava pelo Coritiba. Ele admitiu o uso da cocaína. No ano seguinte, dois jogadores do Vila Nova (GO) -Valdenir e Paulo César- foram punidos por uso de cocaína na segunda divisão.
Os dois, que também admitiram o uso da droga, foram suspensos por 120 dias.
No ano passado, Lopes, do Palmeiras, foi suspenso por uso de cocaína. Seu exame deu positivo em outubro do ano passado. Júnior Baiano, ex-Vasco, foi outro caso positivo para cocaína. Flagrado com a substância na final da Copa João Havelange, em janeiro, foi suspenso por 120 dias. Voltou a jogar e foi negociado com o futebol chinês. (MR)



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