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AÇÃO
Será o campeão?
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Desde que obteve o título
mundial amador, em 1988,
em Porto Rico, o surfista paraibano Fabio Gouveia, 35, tornou-se
um colecionador de vitórias. Foi o
brasileiro que conquistou os melhores resultados até hoje no circuito mundial e é, pelo seu estilo
fluido e harmonioso e também
pela sua simpatia, o mais bem reconhecido internacionalmente.
Nos últimos anos, porém, ele
andava sem muitos motivos para
festejar, ao menos no esporte.
Agora a sorte parece ter virado.
Sua história, desde a época que
mainha e painho se preocupavam
quando a cria se aventurava nas
ondas da praia da Pipa, no vizinho Estado do Rio Grande do
Norte, até as incríveis ondas surfadas em Teahupoo, Taiti, está no
documentário "Fabio Fabuloso",
exibido no Festival do Rio e ganhador do prêmio Júri Popular.
O filme entra em cartaz no circuito comercial, estréia em São
Paulo no início do mês, e é um
merecido reconhecimento para
este grande atleta. Se isso já seria
motivo suficiente para festejar, o
último fim de semana lhe reservou uma razão extra.
Há dois anos sem vencer um
campeonato -sua última vitória
havia sido no WQS de Anglet
(França)-, Fabinho faturou o
Rip Curl Guarujá Pro, terceira
etapa (e ainda não se sabe se a última, a Abrasp negocia a realização de mais uma em dezembro)
do Brasil Tour, circuito classificatório para o Super Surf, a primeira divisão nacional.
Ondas grandes no início e pequenas no final do campeonato
exigiram versatilidade dos atletas. Com o vice-líder do ranking,
Odirley Coutinho, caindo logo no
início da prova, as atenções se
voltaram para Adriano "Mineirinho" de Souza, 17, e Fabinho, respectivamente primeiro e terceiro
colocados no circuito.
Ídolos de gerações distintas, a
chance de um confronto entre eles
levantou a expectativa do público
na praia do Tombo. E vingou.
Mineirinho está em grande fase.
Desde que venceu o Mundial Pro
Júnior da ASP em 2003, quando
ainda tinha 16 anos, e se tornou o
mais jovem campeão na categoria, ele disputou 14 campeonatos,
entre Austrália, Brasil, Europa e
EUA, vencendo oito e chegando a
11 finais. Na primeira etapa do
Brasil Tour, disputada em Ubatuba, ele venceu Fabinho. À exceção
das ondas, tudo contribuía para
elevar a temperatura da final.
Dunga Neto e Beto Fernandez,
terceiro e quarto respectivamente,
ficaram mesmo de coadjuvantes
na bateria decisiva. O duelo
anunciado desde antes do início
do campeonato estava na água.
Mineirinho, surfista do Guarujá, foi mais arrojado nas manobras e liderou a maior parte da
bateria, mas, a poucos minutos
do gongo, Fabinho achou a onda
da virada e da quebra do jejum
de dois anos.
O evento teve o desfecho esperado, mas ficaria muito melhor se a
organização do calendário não
promovesse esse anticlímax da incerteza da definição do circuito.
Mineirinho vai ter que aguardar mais alguns dias enquanto a
associação negocia patrocínio para mais uma etapa para saber se
continua "apenas" líder do ranking de acesso ou campeão dele.
Super Surf
Começou ontem em Saquarema, RJ, a etapa decisiva do Brasileiro
profissional. Silvana Lima e Suelen Naraisa iniciam hoje a disputa
pelo título. No masculino, Odirley Coutinho, Renato Galvão e Léo
Neves, os únicos com chances, estréiam amanhã.
Corrida de aventura
Começa na segunda e vai até o dia 23 a Ecomotion/Pro. A prova válida pelo Mundial ocorrerá na Costa do Dendê, Bahia, e as equipes de
quatro atletas terão sete dias para completar os 480 km do percurso.
Kitesurfe
Guilherme Brandão e Carol Freitas venceram a 3ª etapa do Oi Kitesurfe na BA e faturaram o título nacional, o segundo dele e o terceiro dela.
E-mail sarli@trip.com.br
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