São Paulo, Domingo, 14 de Novembro de 1999
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FUTEBOL
Equipe descarta voltar a separar a comissão técnica, e Candinho dificilmente ficará sozinho de novo
Desordem põe fim a seleção dividida

MAÉRCIO SANTAMARINA
enviado especial a Vigo (Espanha)

A seleção brasileira não pretende mais voltar a dividir a sua comissão técnica, como ocorreu em razão dos amistosos deste final de semana na Espanha e na Austrália, e Candinho dificilmente voltará a assumir o comando isolado da equipe principal no próximo ano, em substituição ao técnico Wanderley Luxemburgo.
A informação é da assessoria de imprensa da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que enviou uma tabela à Confederação Sul-Americana para evitar coincidências entre as partidas classificatórias da seleção principal para a Copa de 2002 e as da seleção sub-23 para a Olimpíada de Sydney.
A divisão, e principalmente a ausência de Luxemburgo, foi encarada na Espanha como desprezo ao amistoso de ontem, em Vigo, passando uma imagem de desorganização do Brasil devido à convocação de seus dois goleiros apenas dois dias antes do jogo.
A partida, em comemoração aos cem anos da Real Federação Espanhola de Futebol, rendeu R$ 2 milhões à seleção brasileira.
Mesmo assim, a CBF descarta novos amistosos antes do primeiro jogo das Eliminatórias do Mundial, que será disputado no Japão e na Coréia do Sul.
Na tabela enviada à Sul-Americana, a CBF pede que essa primeira partida, contra a seleção da Colômbia, em Bogotá, seja apenas em março, depois do torneio pré-olímpico, no Paraná, que começa em janeiro e está previsto para acabar em fevereiro.
A tabela descarta ainda jogos em setembro para que a Olimpíada, que será disputada em Sydney nesse mês, seja privilegiada.
Segundo a assessoria de imprensa da CBF, a Fifa (entidade máxima do futebol mundial) deve oficializar a tabela na primeira quinzena de dezembro.
"Essa divisão foi uma experiência que, pelo calendário elaborado para o próximo ano, é muito pouco provável que volte a se repetir. A tabela não prevê mais divisão da comissão técnica. Queremos o que é melhor para a seleção", afirmou Candinho.
Ele disse que, se for o caso, estará à disposição para repetir a experiência. "Dirigi sozinho por dois anos a seleção da Arábia Saudita. Não vejo problema em substituir o Wanderley porque, além de trabalharmos em conjunto, na seleção brasileira a tarefa é apenas de manutenção."
Segundo ele, quando Luxemburgo escolheu sua comissão técnica, ao assumir a seleção em agosto de 1998, quis ter dois profissionais para cada cargo pensando nessa necessidade.
"Assim como nós dois somos considerados técnicos de primeira linha no Brasil, a comissão está no mesmo nível. Temos, por exemplo, preparadores físicos excelentes, que são o Antônio Mello e o Marcos Moura Teixeira."
O atacante Ânderson, que nunca havia trabalhado com Candinho, disse que teve uma boa impressão do treinador.
"O respeito tem que ser igual para todos. Não podemos fazer distinção entre o Candinho e o Wanderley Luxemburgo. A importância da seleção brasileira no cenário mundial acaba criando essa necessidade de dividir o comando em algumas situações", disse o zagueiro Antonio Carlos.
"Se o Luxemburgo deixou o Candinho no seu lugar, é porque tem confiança nele. E ele passa isso para a gente", afirmou Jardel.
"O trabalho do Luxemburgo e o do Candinho é o mesmo. A filosofia é a mesma. Para a gente, não há muita diferença", completou o meia-atacante Rivaldo.


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