São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2006

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hora de levantar

Brasil busca ouro pelas mãos de Fofão

Peça fundamental, levantadora comanda time na semifinal do Mundial do Japão contra Sérvia e Montenegro, amanhã

Pela primeira vez como titular no torneio, jogadora derrota lesão e busca título inédito para superar a prata da geração de Venturini

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem ela, o caminho seria mais difícil. Talvez, nem chegasse até esse ponto. Agora, é em suas mãos que a seleção brasileira deposita a esperança de dar um passo ainda mais largo, o maior já atingido até agora pelo vôlei feminino do país.
Fofão é eixo da equipe que busca amanhã, às 3h, contra Sérvia e Montenegro, a vaga na final do Mundial do Japão.
Mais experiente jogadora da equipe, ela também vive uma experiência de novata. Aos 36 anos, disputa a primeira edição do torneio como titular.
O título, inédito para ela, também será um marco para a seleção. O melhor resultado do país até hoje foi a prata de 1994, em São Paulo, com a equipe de Fernanda Venturini, Ana Moser e do técnico Bernardinho.
O feito é tão importante que faria Fofão trocar todas as suas medalhas pela de ouro na madrugada de quinta-feira.
"É uma competição de grande nível e ainda não senti esse gostinho. Por isso trocaria."
Fofão está na seleção desde 1991, mas ficou à sombra de Fernanda Venturini até 1999. Como dona da posição, levou o bronze em Sydney-2000.
Ela até ensaiou uma aposentadoria após o quarto lugar em Atenas-2004 -era reserva-, mas foi resgatada pelo técnico José Roberto Guimarães.
"É o maior espelho que a gente tem em atividade. Uma jogadora que ajuda todo mundo, em todos os sentidos", disse ele.
No Japão, Fofão tem sido "mãezona". Capitã de poucas palavras, dá segurança às novatas na quadra e fora dela.
"Ela é muito calma, sempre está disposta a ajudar. E é uma levantadora maravilhosa", elogiou a atacante Mari.
A importância de Fofão é tão grande que, no Mundial, ela se tornou uma necessidade.
A levantadora machucou a perna no início da primeira fase. Com dores, foi afastada. Mas, em duelos decisivos, teve de jogar no sacrifício para levar a seleção às vitórias.
"Graças a Deus tudo passou, estou ótima. Foi o momento mais difícil no Mundial. Eu rezei, conversei com a minha família, com as jogadoras e recebi muitas mensagens de incentivo. Me senti querida", disse.
O retorno, já recuperada, aconteceu diante da China. O Brasil perdia por 1 set a 0 quando ela entrou. A equipe ainda sofreu na segunda etapa, mas conseguiu a virada.
"Os momentos mais felizes até agora foram as vitórias sobre China e Rússia [seu primeiro jogo como titular após a contusão]. Foram importantes", afirmou ela. "Mas eu sei que os melhores são os que virão."


NA TV - Brasil x Sérvia
Globo e Sportv, às 3h de amanhã



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