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hora de levantar
Brasil busca ouro pelas mãos de Fofão
Peça fundamental, levantadora comanda time na semifinal do Mundial do Japão contra Sérvia e Montenegro, amanhã
Pela primeira vez como titular no torneio, jogadora derrota lesão e busca título inédito para superar a prata da geração de Venturini
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem ela, o caminho seria
mais difícil. Talvez, nem chegasse até esse ponto. Agora, é
em suas mãos que a seleção
brasileira deposita a esperança
de dar um passo ainda mais largo, o maior já atingido até agora
pelo vôlei feminino do país.
Fofão é eixo da equipe que
busca amanhã, às 3h, contra
Sérvia e Montenegro, a vaga na
final do Mundial do Japão.
Mais experiente jogadora da
equipe, ela também vive uma
experiência de novata. Aos 36
anos, disputa a primeira edição
do torneio como titular.
O título, inédito para ela,
também será um marco para a
seleção. O melhor resultado do
país até hoje foi a prata de 1994,
em São Paulo, com a equipe de
Fernanda Venturini, Ana Moser e do técnico Bernardinho.
O feito é tão importante que
faria Fofão trocar todas as suas
medalhas pela de ouro na madrugada de quinta-feira.
"É uma competição de grande nível e ainda não senti esse
gostinho. Por isso trocaria."
Fofão está na seleção desde
1991, mas ficou à sombra de
Fernanda Venturini até 1999.
Como dona da posição, levou o
bronze em Sydney-2000.
Ela até ensaiou uma aposentadoria após o quarto lugar em
Atenas-2004 -era reserva-,
mas foi resgatada pelo técnico
José Roberto Guimarães.
"É o maior espelho que a gente tem em atividade. Uma jogadora que ajuda todo mundo, em
todos os sentidos", disse ele.
No Japão, Fofão tem sido
"mãezona". Capitã de poucas
palavras, dá segurança às novatas na quadra e fora dela.
"Ela é muito calma, sempre
está disposta a ajudar. E é uma
levantadora maravilhosa", elogiou a atacante Mari.
A importância de Fofão é tão
grande que, no Mundial, ela se
tornou uma necessidade.
A levantadora machucou a
perna no início da primeira fase. Com dores, foi afastada.
Mas, em duelos decisivos, teve
de jogar no sacrifício para levar
a seleção às vitórias.
"Graças a Deus tudo passou,
estou ótima. Foi o momento
mais difícil no Mundial. Eu rezei, conversei com a minha família, com as jogadoras e recebi
muitas mensagens de incentivo. Me senti querida", disse.
O retorno, já recuperada,
aconteceu diante da China. O
Brasil perdia por 1 set a 0 quando ela entrou. A equipe ainda
sofreu na segunda etapa, mas
conseguiu a virada.
"Os momentos mais felizes
até agora foram as vitórias sobre China e Rússia [seu primeiro jogo como titular após a contusão]. Foram importantes",
afirmou ela. "Mas eu sei que os
melhores são os que virão."
NA TV - Brasil x Sérvia
Globo e Sportv, às 3h de amanhã
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