São Paulo, terça-feira, 15 de março de 2005

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Time se tornou conhecido após gol fantasma

DO ENVIADO A CURITIBA

"Só posso dizer que fico triste. A intenção não era prejudicar alguém. Mas, pela visão que eu tinha ali, eu dava até gol contra a seleção brasileira", diz o juiz curitibano José Francisco de Oliveira, o Cidão, 43.
Ele e o bandeira Rogério Luder estão suspensos até o fim do ano pela Federação Paranaense de Futebol por terem validado um gol "fantasma" do Atlético-PR contra o Império pelo Estadual.
O lance foi aos 29min do segundo tempo, após William chutar rente à trave e a bola contornar a rede pelo lado de fora da meta.
O auxiliar correu para o centro do campo, e, em seguida, o juiz confirmou o gol de empate por 2 a 2, na Arena da Baixada, em Curitiba, no dia 20 de fevereiro.
"Na hora não acreditei que ele validou o gol. Eu tinha pegado a bola para cobrar o tiro de meta", recorda Tales, goleiro do Império, que ganha R$ 700 mensais.
Até hoje a história rende piadas nas rodinhas de conversa dos boleiros.
"Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão", brinca o aposentado Ari Echer, 61, que se vale do ditado popular para inocentar o árbitro. "Leio nos jornais que esse tal Aurélio Almeida pega dinheiro dos outros e não paga. Nada mais justo que o juiz, que também é ladrão, tenha dado um gol que não foi contra o Império."
À reportagem, o juiz do lance polêmico comentou com bom humor as piadinhas que escuta nas ruas.
"Já ouvi esse ditado sim. Fazer o quê? Isso não me afeta", diz Cidão, que depois mudou o tom da conversa. "Conheço o Aurélio e a dignidade dele. É meu amigo, converso com ele sempre."
"Eu o perdôo pelo lance. Foi um erro de fato, mas não doloso [intencional]", diz Almeida, que, sem os dois pontos da partida contra o Atlético-PR, viu o Império do Futebol praticamente estar rebaixado, com apenas nove pontos no Grupo B.
Restando duas rodadas, o Império ainda vai enfrentar o Iraty, fora, e o Malutrom, em casa. Agora quem decidirá o futuro de Cidão e do bandeira é Bortolo Escorssin, presidente do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) paranaense, que na próxima quinta-feira, julga o recurso dos punidos. (KT)


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