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Goleiro da Copa-82 ficou sem receber
DO ENVIADO A CURITIBA
"O Império não dava condições
para trabalhar. Não tinha estádio
para treinar. Fiquei lá de novembro de 2004 a janeiro deste ano,
mas só ganhei no primeiro mês",
afirma Valdir Peres, 54, goleiro titular da seleção brasileira na Copa
de 1982, que recebia R$ 5.000 por
mês como diretor do clube.
"Nós não devemos um centavo
para ele. Nós o dispensamos porque queríamos dar oportunidade
para atletas jovens, e ele para velhos. Ele queria ser técnico do time, não diretor. Interferia demais
no trabalho da comissão técnica",
diz o empresário Aurélio Almeida, dono do Império.
Mas as denúncias de calote não
param por aí. Levantamento feito
pela reportagem mapeou dívida
de R$ 2.353.105,17. Contudo, conforme revelou o próprio empresário, seu débito já superou a casa
dos R$ 10 milhões. Dentre os lesados, estão o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) -só o
Grêmio Maringá deve R$ 1,7 milhão à Previdência-, jogadores
(dívidas trabalhistas, atraso de salários) e comerciantes.
"Não fiz essas dívidas. Elas foram feitas por pessoas que trabalhavam para mim e faziam coisas
que eu não sabia. Mas irei saldá-las um dia porque é minha reputação, meu nome que está em jogo", afirma o cartola.
Um dos baluartes de Almeida, a
Faculdade do Futebol, projeto
criado para preparar e selecionar
jogadores que serão absorvidos
por outros clubes, também está
na mira da Justiça.
Seis pessoas que tentavam a carreira de jogador nessa faculdade
já entraram com processos no Juizado Especial de Pequenas Causas de Curitiba contra o Império
do Atleta de Futebol Ltda., cobrando a devolução de um investimento total de R$ 16.785,17, conforme determinava o contrato assinado com a empresa.
"Eu paguei R$ 2.400 em 2002
para ficar um ano treinando no
Império, em Toledo. Se eu não
fosse aproveitado, eles devolveriam o dinheiro, o que não aconteceu", disse Fábio Machado, 28,
que só ficou com o calção do time
como prova de que jogou.
"Ele [Almeida] é um tremendo
crápula, irresponsável. Me deve
R$ 36.320", afirma João Kreuz,
dono do supermercado Trento,
em Toledo.
(KT)
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