São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2005

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Jogador diz que seu apelido não é "pejorativo"

DA REPORTAGEM LOCAL

"Mais do que as palavras, o que vale mesmo são as maneiras como são ditas." Esse foi o discurso do atacante Grafite para isentar a conotação racista de seu apelido no futebol.
E ele deu um exemplo comum que acontece em seu local de trabalho, o campo, na coletiva de ontem. "Uma coisa é você falar: "Oh, negão, vai com calma". Outra é dizer: Oh, seu negão de merda."
Para Grafite, o seu apelido nunca teve uma conotação depreciativa. Por isso, diz nunca ter se preocupado com isso. "É normal quando as pessoas me chamam de Grafite. Não vejo nenhum problema."
Problema mesmo o atleta só enxerga no caso de o São Paulo cruzar com uma equipe argentina nas próximas fases da Libertadores. "Vão ter problemas, mas confio na retaguarda do São Paulo", disse ele, que já fez três gols no torneio e voltou a falar que não tem nada contra o povo argentino. "O meu problema foi com o Desábato."
Já o presidente do clube, Marcelo Portugal Gouvêa, disse que o incidente vai ter uma repercussão positiva em âmbito mundial. "Isso serve de exemplo para o mundo inteiro. Aqui no Brasil, nós não aceitamos esse tipo de desaforo", falou o dirigente. (TA)


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