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São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2003

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AÇÃO

Reality show na Lua

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Mark Burnett, o mago das competições de aventura, o homem que transformou o esporte, um dia obscuro, em popular minissérie dramática, pode estar prestes a aposentar seu GPS.
Pelo menos no que diz respeito ao Eco-Challenge, o produto menos rentável de seu portfólio, que engloba o multimilionário Survivor, uma comédia de situação para TV, um reality show que acompanha o dia-a-dia de sete surfistas durante o Triple Crown no Havaí, um outro reality show em sociedade com Donald Trump, dois longas, entre outros.
Com tudo isso, Burnett, 42, anunciou que há chance de não produzir o Eco/2003, pois esse tipo de prova precisa ser reinventada. Quando, em 1995, organizou seu primeiro Eco, foi sob o rótulo de "aventura extrema". Colou.
Dois anos depois, sabia que tinha em mãos mais do que uma competição. Tinha, na verdade, uma novela. Focou, então, em conteúdo dramático, realçou a dor dos competidores, o sofrimento coletivo e treinou os cameramen para registrar tudo com impressionantes e cruéis detalhes.
Antes que Burnett entrasse no mercado, os americanos simplesmente não conheciam essas expedições radicais. Hoje, são 300 provas por ano, só nos EUA.
Nascido na Escócia, Burnett optou por não fazer faculdade para poder se alistar no exército. Imigrou para os EUA e se vendeu como especialista em segurança para moradores de Beverly Hills.
Quando teve a idéia de usar a forma do Raid Gauloise para criar a sua própria aventura, endividou-se para fazer a coisa acontecer. Mas hoje é um dos homens mais ricos dos EUA.
Engana-se quem acha que Burnett está satisfeito. Próximo passo, dizem, é um reality show que acompanhará o treinamento de dez interessados em ser astronautas. O vencedor irá para o espaço.
 
No rastro de Burnett, os americanos começam a inventar. Se tudo der certo, espectadores da Outdoor Life Network verão, ao vivo e pioneiramente, um grupo de alpinistas amadores chegar ao cume do Everest. Essa história teve início em janeiro, quando a rede de TV OLN lançou Global Extremes: Mt. Everest, que acompanhou 50 esportistas que iam pelo mundo competindo em desafios outdoor.
Os cinco melhores ganharam o direito de estrelar o último capítulo da "novela". Eles escalarão a parede norte do Everest e serão guiados por um sherpa (que terá uma câmera acoplada na roupa) e seguidos por dois cinegrafistas.
 
A NBC, a maior rede de TV aberta dos EUA, quer sua parte no filão, com Adrenaline X. O programa vai reunir grupos de seis atletas, colocá-los juntos por algumas semanas, organizar competições de snowboard, skate, surfe e motocross em busca de intrigas e dramas.
A idéia surgiu quando a ESPN International divulgou o resultado de uma pesquisa que revelou que 79,3% dos jovens americanos entre 12 e 18 anos são fãs de esportes extremos -a maior entre todas as categorias esportivas.

WCT Taiti
Os tubos que intimidaram Neco Padaratz voltaram a rolar na terceira etapa do Mundial. Peterson Rosa e Danilo Costa são os brasileiros que seguem na prova.

Global X-Games
Começa amanhã no Canadá e nos EUA a Olimpíada de Esportes Radicais. O quinto lugar num campeonato canadense valeu convite para o snowboarder Felipe Motta reforçar o time sul-americano.

Nunca esqueça
É o nome do vídeo de skate produzido pela revista "Tribo" e pela produtora Sindicato Paralelo, que está à venda nas bancas com uma edição pôster com Sandro "Mineirinho" Dias.

E-mail sarli@revistatrip.com.br


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