JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

A grande novidade da Indy não vem do Rio de Janeiro. Mas de Mônaco, onde Bernie Ecclestone confirmou que uma firma da qual é representante comercial acabou de adquirir o circuito de Le Castellet, a histórica e romântica Paul Ricard.
A pista, segundo o especulômetro da F-1, seria a escolha do chefão para abrigar a primeira corrida da Indy na Europa.
As boas intenções de Ecclestone teriam justificativa. Com a volta do GP dos Estados Unidos programada para 2000, em Indianápolis, a negociação é vista por parte da mídia européia como moeda de troca -invadimos sua praia, invada a nossa.
Nesse ponto, porém, a história não bate, já que Indianápolis está longe da Cart, pelo menos por enquanto (está mais do que claro que a cisão é contraproducente e que, algum dia, a Indy estará de volta ao seu local de origem).
É mais fácil acreditar que Ecclestone queira promover uma aproximação entre as duas categorias e os dois continentes. Assim como o grande público norte-americano ignora a F-1, o europeu mal conhece bandeira amarela e circuitos ovais.
Zanardi, mesmo bicampeão da Indy, era nota de rodapé nos grande diários esportivos italianos. Mansell, durante sua passagem pela América, era apenas mais uma atração do canal a cabo Eurosport, a exemplo de jogos esparsos do Campeonato Paulista de Futebol -chamado ridiculamente de "Samba Football".
Como ignorar olimpicamente a categoria rival até hoje não resolveu nada, Ecclestone parece optar por uma relação fraternal entre as duas categorias, algo que as grandes montadoras já são obrigadas a fazer, Mercedes à frente, Honda em breve.
Na verdade, há espaço para todos, como demonstram australianos (que já têm até uma Nascar regional) e japoneses. Sim, o Brasil está na lista. Mas, como sempre, aos trancos.
Que Emerson consiga alterar o destino de sua categoria por aqui. Já está na hora de mudar.

NOTAS

F-3000
Líder do campeonato, o alemão Nick Heidfeld larga hoje na pole, em Mônaco. O melhor brasileiro na sessão de classificação, disputada ontem, foi Max Wilson. A exemplo do que aconteceu em Imola, Mario Haberfeld, companheiro de Heidfeld na chamada McLaren Jr., não ficou entre os 26 do grid e está fora da corrida.

Honda
A associação entre BAR e Honda é tida como favas contadas em Mônaco. Ainda falta explicar, porém, se a fabricante japonesa irá mesmo abrir mão da já assegurada 12ª vaga da temporada de 2000.

Toyota
Boatos na Internet dão conta de que a Toyota estaria comprando a Minardi. E que Roger Penske estaria envolvido no negócio. Para poder voltar à F-1 (teve um time nos 70), Penske teria até vendido 80% de suas ações na Cart e os ovais que possui nos EUA. A conferir.



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