da Reportagem Local

Em um Paulista em que a forte concorrência de outros campeonatos -Copa do Brasil e Libertadores- esfriou os ânimos dos chamados clubes grandes, quem está aproveitando para se destacar são os atacantes "caipiras" Alex (Mogi Mirim), Sandro Hiroshi (Rio Branco), Alexandre (Inter de Limeira) e Taílson (Matonense).
Juntos, eles somam 33 gols na competição e lideram o ranking dos artilheiros à frente de jogadores consagrados como Viola, Marcelinho, França e Oséas.
Alex e Sandro têm nove gols cada, em seguida vêm Alexandre, com oito, e Taílson, com sete, sendo que o atacante da Matonense divide a quarta posição com Dodô e Marcelinho, ambos do São Paulo.
As posições de liderança estimulam os jogadores a buscar melhores contratos para o Brasileiro e até para disputas no exterior.
"Tenho muita vontade de jogar fora", afirma Sandro, que tem apenas 18 anos.
Segundo os clubes, os quatro artilheiros já estão sendo negociados com equipes "de ponta".
O ex-jogador do Corinthians Sócrates, artilheiro do Paulista pelo Botafogo de Ribeirão Preto em 76, com 15 gols, diz que a conquista realmente ajuda na projeção do atleta. Dois anos depois de ser artilheiro, ele estava no Corinthians.
Ele acredita que atualmente a artilharia está mais fácil para os "caipiras", pois os times do interior estão mais "estruturados".
"É muito difícil um atleta ser artilheiro atuando em um clube pequeno. Na década de 70, era mais complicado ainda, pois o futebol do interior não tinha tanta estrutura ", disse o ex-jogador.
Para atingir a artilharia, porém, os caipiras não precisam de tantos gols como antigamente.
Sandro e Alex, por exemplo, têm média de 0,69 gol por partida, a menor desde 95.
"O campeonato está bastante disputado, com boas equipes, não é fácil para o atacantes", diz Taílson, que foi artilheiro da primeira fase da competição e reclama do regulamento, que exclui esses gols.
(PAULO COBOS, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, LUCIANO CALAFIORI E PAULO FERRARI VIARTI)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice