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TOSTÃO
Os ingleses também não gostaram
Na coluna anterior, escrevi que gostei muito do jogo entre Brasil e Costa Rica, por causa dos
gols, das belíssimas jogadas
individuais e das inúmeras
chances perdidas. Questionei
se teoricamente foi uma grande partida ou uma pelada,
uma brincadeira de final de
semana, em que os times só se
preocuparam em fazer gols.
Disse que o placar deveria
ter sido de 7 a 7. Como torcedor, adorei o jogo. Como analista, fiquei impressionado
com a fragilidade dos sistemas
defensivos das duas seleções.
O jornal inglês "Herald Tribune" fez a mesma análise,
mas, de acordo com as chances perdidas, concluiu que o
placar seria de 8 a 6 para a
Costa Rica. Como se vê, não
são só os jornalistas do Brasil
que criticam a seleção, como
reclamou Felipão. O técnico
deve estar desconfiado de que
o analista seja um brasileiro
atuando na Inglaterra.
Espero que o Felipão tenha
concluído que não dá para jogar com um atleta no meio-campo (Gilberto Silva), independentemente de o time usar
dois ou três zagueiros. O segundo armador não precisa
ser um volante, mas, sim, um
meia-armador. Não pode é ser
um meia-atacante (Juninho).
Jogando assim, se o Brasil
enfrentasse melhores seleções
na primeira fase, correria risco de não se classificar.
Segurança
A única coisa chata -mas
necessária- nas viagens pela
Coréia e pelo Japão são as longas filas nos aeroportos. Sempre que passo pelos detectores
de metais, imagino que não
vão parar de apitar e que a segurança vai achar que sou um
sequestrador. Em Seul, levaram um garoto para uma sala
especial, com a suspeita de que
levava uma bomba. Era um
videogame. O jovem parecia
mais o Pequeno Príncipe do
que o filho do Bin Laden.
Nos EUA, a paranóia é
maior. Em Nova York, no caminho para a Coréia, uma
funcionária do aeroporto ficou
excitada quando viu no visor
um objeto cortante em minha
maleta. Parecia que ela tinha
descoberto mais um da turma
do Bin Laden. Após minuciosa
busca e interrogação, ela ficou
com minha tesourinha, e eu
sem cortar minha unha.
TV Coreana
Após tantos jogos, estou familiarizado com as transmissões da TV local. Agora, vou
conhecer as japonesas. Num
canal da TV coreana, sempre
que o narrador acaba a frase,
o comentarista diz algo parecido com né. Deve significar sim.
Só fala isso! Dizem que foi um
grande jogador de futebol.
Em outro canal, o comentarista e o narrador gritam juntos no momento do gol. Já
imaginou se a moda pega no
Brasil? Já é duro escutar os gritos prolongados de gols de um
narrador. Imagine de dois!
tostão.folha@uol.com.br
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