São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

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TOSTÃO

Os ingleses também não gostaram

Na coluna anterior, escrevi que gostei muito do jogo entre Brasil e Costa Rica, por causa dos gols, das belíssimas jogadas individuais e das inúmeras chances perdidas. Questionei se teoricamente foi uma grande partida ou uma pelada, uma brincadeira de final de semana, em que os times só se preocuparam em fazer gols.
Disse que o placar deveria ter sido de 7 a 7. Como torcedor, adorei o jogo. Como analista, fiquei impressionado com a fragilidade dos sistemas defensivos das duas seleções.
O jornal inglês "Herald Tribune" fez a mesma análise, mas, de acordo com as chances perdidas, concluiu que o placar seria de 8 a 6 para a Costa Rica. Como se vê, não são só os jornalistas do Brasil que criticam a seleção, como reclamou Felipão. O técnico deve estar desconfiado de que o analista seja um brasileiro atuando na Inglaterra.
Espero que o Felipão tenha concluído que não dá para jogar com um atleta no meio-campo (Gilberto Silva), independentemente de o time usar dois ou três zagueiros. O segundo armador não precisa ser um volante, mas, sim, um meia-armador. Não pode é ser um meia-atacante (Juninho).
Jogando assim, se o Brasil enfrentasse melhores seleções na primeira fase, correria risco de não se classificar.

Segurança
A única coisa chata -mas necessária- nas viagens pela Coréia e pelo Japão são as longas filas nos aeroportos. Sempre que passo pelos detectores de metais, imagino que não vão parar de apitar e que a segurança vai achar que sou um sequestrador. Em Seul, levaram um garoto para uma sala especial, com a suspeita de que levava uma bomba. Era um videogame. O jovem parecia mais o Pequeno Príncipe do que o filho do Bin Laden.
Nos EUA, a paranóia é maior. Em Nova York, no caminho para a Coréia, uma funcionária do aeroporto ficou excitada quando viu no visor um objeto cortante em minha maleta. Parecia que ela tinha descoberto mais um da turma do Bin Laden. Após minuciosa busca e interrogação, ela ficou com minha tesourinha, e eu sem cortar minha unha.

TV Coreana
Após tantos jogos, estou familiarizado com as transmissões da TV local. Agora, vou conhecer as japonesas. Num canal da TV coreana, sempre que o narrador acaba a frase, o comentarista diz algo parecido com né. Deve significar sim. Só fala isso! Dizem que foi um grande jogador de futebol.
Em outro canal, o comentarista e o narrador gritam juntos no momento do gol. Já imaginou se a moda pega no Brasil? Já é duro escutar os gritos prolongados de gols de um narrador. Imagine de dois!

tostão.folha@uol.com.br



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