São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

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GRUPO H/ONTEM

Time desmonta Rússia no 2º tempo e obtém único resultado que lhe interessava

Bélgica supera russos e pega brasileiros em mata-mata

DO ENVIADO A SHIZUOKA

Até alguns jogadores belgas reconheceram. Durante boa parte do segundo tempo, chegaram a imaginar que poderiam estar fora da Copa e que o adversário do Brasil, segunda, pelas oitavas-de-final, acabaria sendo a Rússia.
""Eles pareciam ter o jogo nas mãos e nós ficamos um pouco atrapalhados", disse o meia Johan Walem, autor do primeiro gol do jogo, no início da etapa inicial.
No segundo tempo, de fato, os russos entraram melhor em campo, dispostos a pelo menos empatar a partida, resultado que os deixaria classificados.
E chegaram ao empate em jogada de Sychev, que havia entrado ainda no primeiro tempo em lugar de Smertin, cuja atuação foi fraca. O atacante chutou prensado com o goleiro e, no rebote, Beschastnykh empatou.
A reação belga começou com a substituição de Mpenza, machucado, por Sonck. Movimentando-se muito no ataque, ele deu velocidade à Bélgica e confundiu a defesa russa. Foi ele próprio quem marcou o segundo gol do time, tocando de cabeça para as redes.
O gol desmontou a equipe de Oleg Romantsev, que logo depois sofreria novo revés. Wilmots chutou forte, a bola tocou em Onopko e enganou o goleiro.
Nos instantes finais, Sychev, um dos poucos que se salvaram na equipe russa, diminuiu o placar.
""Tivemos um pouco de sorte também. Num jogo de futebol, nunca dá para seguir um cenário preestabelecido. Por felicidade, uma de nossas substituições aconteceu na hora certa e daí saiu o segundo gol", disse o técnico.
Do lado da Rússia, a derrota para os belgas, a segunda consecutiva, já que o time vinha de fracasso no domingo contra o Japão, foi considerada justa pelos jogadores e pela comissão técnica.
""Fomos mal no primeiro tempo, mexi no time [colocou Sychev e Sennikov", melhoramos, empatamos e chegamos perto da vaga", comentou o treinador russo.
O erro? Para ele, foi acreditar que a partida se tornara fácil e esquecer que o empate bastava. ""Fomos com muito ímpeto para a frente, quando deveríamos ter ficado tocando a bola. Perdemos uma grande chance com o Titov, eles marcaram, e nós nos perdemos psicologicamente."
Karpin e Onopko, dois dos mais experientes jogadores da Rússia, lamentaram a ausência de Mostovoi, considerado o principal jogador do time e que, devido a uma contusão, não jogou no Mundial.
Mesmo assim, reconheceram que o time deixou a desejar. ""A torcida tem razão de protestar, mas não de fazer vandalismo [como aconteceu em Moscou, após a derrota para o Japão". Ficamos devendo", declarou Karpin.
Onopko elogiou a atuação dos belgas e arriscou que o rival pode superar o Brasil. ""Após Argentina e França ficarem de fora, tudo pode ocorrer. Quem sabe ela [Bélgica" não acabe como campeã." (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)


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