DOS ENVIADOS A KOBE

O técnico do Brasil, Luiz Felipe Scolari, foi lacônico em sua primeira entrevista no Japão quando o assunto foi a Bélgica.
"Eu não vou dar arma para meus inimigos", disse, ao ser questionado sobre o que sabia do adversário de seu time nas oitavas-de-final da Copa do Mundo.
Prometeu retornar ao tema antes da partida de segunda-feira, mas adiantou que não irá dizer "algo que possa ser aproveitado pela equipe adversária".
Antes de deixar o Brasil com destino ao Oriente, ainda em maio, Scolari colocou em sua bagagem o livro "A Arte da Guerra", um guia milenar, com ensinamentos e estratégias sobre diversas situações de combate.
Hoje, a comissão técnica deverá exibir aos jogadores vídeos com jogos da Bélgica na Copa do Mundo e antes do início do torneio. "Vamos analisar todos os aspectos do adversário", limitou-se a dizer o treinador.
O lateral Roberto Carlos se disse surpreso ontem com a classificação da Bélgica. "Achava que a Rússia tinha mais condições de ficar com a vaga", afirmou ele, que disse ter um conhecimento no mínimo razoável dos próximos rivais. "É uma seleção difícil. Não podemos errar", afirmou.
Apesar da importância do combate, os "guerreiros" do Brasil e seu comandante demonstraram cansaço e irritação em seu primeiro dia no Japão.
Além da viagem, um dos motivos do estresse foi a distância entre o hotel da seleção e o centro de treinamento reservado para o time em Kobe, algo em torno de 60 quilômetros. Ontem, o ônibus da delegação demorou mais de uma hora para fazer o percurso.
O técnico, no entanto, preferiu não reclamar. "Não tem nada de ruim. É lá que vamos treinar."
Mas, para Scolari, o desgaste sofrido pelo Brasil por conta dos deslocamentos tira do time a suposta vantagem de entrar em campo segunda-feira em melhores condições físicas do que a Bélgica, que só conquistou a vaga nas oitavas ontem. (FV, FM, JAB E SR)

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