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SONINHA
Questão tática, como queríamos demonstrar
Já tem muita gente dizendo
que "tudo bem se o Brasil
tomar dois gols, porque o
ataque vai lá e faz cinco". Calma lá. Alguém acredita que algum outro time vai jogar tão
aberto e ter uma defesa tão
ruim quanto a Costa Rica? Vai
ficar cada vez mais difícil golear
na Copa, e os atacantes que vamos encontrar costumam ter
pontaria um pouco melhor do
que a de nossos últimos rivais.
Durante a transmissão de
Bélgica x Rússia, Galvão Bueno
defendia a tese de que o problema da nossa zaga "é técnico,
não tático". O depoimento de
Falcão, confessando que tinha
dificuldade para marcar bolas
cruzadas pelo alto, reforçava
sua teoria.
Se Luiz Felipe convocou dois
zagueiros que têm problemas
na marcação das jogadas aéreas porque já foram volantes,
convocou muito mal. Polga e
Edmilson não poderiam ser
considerados bons zagueiros
-muito menos zagueiros de seleção- se carregassem uma deficiência herdada da função anterior. Imagine dizer algo assim
de outra posição: "Esse meia
tem dificuldade no desarme,
mas é porque antes ele era atacante". É inaceitável! O jogador
tem de responder bem pelas
funções que lhe cabem agora. E
o que se espera é que ele mantenha as qualidades da função
anterior, não as deficiências.
Ainda que Galvão tenha razão, a única coisa que Felipão
pode fazer agora é uma mudança tática: escalar dois zagueiros... e um meio-campo que os proteja melhor. C.q.d.
soninha.folha@uol.com.br
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