São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SONINHA

Questão tática, como queríamos demonstrar

Já tem muita gente dizendo que "tudo bem se o Brasil tomar dois gols, porque o ataque vai lá e faz cinco". Calma lá. Alguém acredita que algum outro time vai jogar tão aberto e ter uma defesa tão ruim quanto a Costa Rica? Vai ficar cada vez mais difícil golear na Copa, e os atacantes que vamos encontrar costumam ter pontaria um pouco melhor do que a de nossos últimos rivais.
Durante a transmissão de Bélgica x Rússia, Galvão Bueno defendia a tese de que o problema da nossa zaga "é técnico, não tático". O depoimento de Falcão, confessando que tinha dificuldade para marcar bolas cruzadas pelo alto, reforçava sua teoria.
Se Luiz Felipe convocou dois zagueiros que têm problemas na marcação das jogadas aéreas porque já foram volantes, convocou muito mal. Polga e Edmilson não poderiam ser considerados bons zagueiros -muito menos zagueiros de seleção- se carregassem uma deficiência herdada da função anterior. Imagine dizer algo assim de outra posição: "Esse meia tem dificuldade no desarme, mas é porque antes ele era atacante". É inaceitável! O jogador tem de responder bem pelas funções que lhe cabem agora. E o que se espera é que ele mantenha as qualidades da função anterior, não as deficiências.
Ainda que Galvão tenha razão, a única coisa que Felipão pode fazer agora é uma mudança tática: escalar dois zagueiros... e um meio-campo que os proteja melhor. C.q.d.

soninha.folha@uol.com.br



Texto Anterior: José Geraldo Couto: Contradição entre defesa ataque está em cada um
Próximo Texto: Turista ocidental: Mudança de ares
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.