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FUTEBOL
Diretoria afirma que só irá negociar contrato por mais de R$ 12 milhões, valor que supera em 50% o que recebe da LG
Troféu inflaciona patrocínio no São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes mesmo de mirar o tri da
Libertadores, a diretoria do São
Paulo direcionou seus esforços
para engordar o caixa. Agora,
com o título nas mãos, acredita
que não terá dificuldade em inflacionar o mercado e fechar o maior
patrocínio do futebol no país.
Após estudo realizado pelo
Gesp, grupo de publicitários e
executivos que auxilia a cúpula do
Morumbi na obtenção de receitas, o clube chegou à conclusão de
que a marca são-paulina está bem
aquém de seu valor de mercado.
Dessa forma, a próxima empresa a estampar seu nome na camisa
do São Paulo terá de desembolsar
mais do que R$ 12 milhões.
A cifra equivale ao que o Flamengo recebe anualmente da Petrobras e representa o mais alto
patrocínio no país. Atualmente, o
São Paulo recebe da LG, multinacional de equipamentos eletrônicos, R$ 8 milhões por ano. O contrato com a empresa está em seu
segundo ano e termina no final de
2005. "Esse título aumenta o interesse no São Paulo e vai fazer nosso clube crescer", disse o presidente Marcelo Portugal Gouvêa.
A LG, como ficou definido no
acordo com o São Paulo celebrado no final de 2003, tem a prioridade para a renovação. "A nossa
expectativa é que supere amplamente os R$ 12 milhões. O mercado estabeleceu esse teto porque o
Flamengo recebe isso, mas achamos esse número pequeno pelos
produtos que temos a oferecer",
afirma o diretor de planejamento
do clube, João Paulo Jesus Lopes.
No estudo para definir o valor
da marca, os executivos chegaram
a um número que ultrapassa os
R$ 80 milhões, que, segundo eles,
representaria o valor gasto pelo
atual patrocinador em um ano
com inserções publicitárias.
"Na verdade, a LG comprou R$
80 milhões por R$ 8 milhões. Estamos praticando um preço bem
abaixo do que valemos", argumenta Jesus Lopes.
Para o próximo patrocinador,
os são-paulinos vão oferecer um
pacote de produtos e exclusividade, algo semelhante ao que o Real
Madrid faz com a Siemens.
Isso significa que a empresa
apareceria sozinha na camisa do
clube, nas placas publicitárias nos
CTs e no Morumbi, nos painéis de
entrevistas, em publicidades em
prospectos e na internet, além da
programação visual do Morumbi
em placas indicativas e no telão
instalado no estádio.
Atualmente, a LG divide esses
espaços com outros parceiros
são-paulinos, a Topper e o Habib's, cujos contratos também
vencem ao final deste ano.
Para obter um patrocínio mais
gordo, o São Paulo também vai
usar como argumento os bons índices de audiência conseguidos
em seus jogos na Libertadores.
O principal deles foi o confronto
com o River Plate, no Morumbi,
que alcançou 45 pontos no Ibope,
a maior audiência em um jogo de
clubes neste ano. A estratégia do
departamento de marketing são-paulino é, a partir do próximo
mês, já oferecer o pacote a potenciais patrocinadores. Para isso, o
clube terá a ajuda dos publicitários que compõem o Gesp.
O São Paulo fará uma licitação
para receber propostas. A melhor
delas será apresentada à LG, que
exercerá ou não a prioridade de
renovação. Para fechar o atual
contrato, os sul-coreanos tiveram
de ir à Justiça para fazer valer sua
prioridade de patrocinar o clube,
que à época havia anunciado a
Siemens como parceira. Mas aumentou de R$ 8 milhões, pagos
pelo biênio 2002/2003, para R$ 16
milhões por mais dois anos de
contrato.
(EDUARDO ARRUDA E TONI ASSIS)
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