São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2005

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FUTEBOL

Diretoria afirma que só irá negociar contrato por mais de R$ 12 milhões, valor que supera em 50% o que recebe da LG

Troféu inflaciona patrocínio no São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

Antes mesmo de mirar o tri da Libertadores, a diretoria do São Paulo direcionou seus esforços para engordar o caixa. Agora, com o título nas mãos, acredita que não terá dificuldade em inflacionar o mercado e fechar o maior patrocínio do futebol no país.
Após estudo realizado pelo Gesp, grupo de publicitários e executivos que auxilia a cúpula do Morumbi na obtenção de receitas, o clube chegou à conclusão de que a marca são-paulina está bem aquém de seu valor de mercado.
Dessa forma, a próxima empresa a estampar seu nome na camisa do São Paulo terá de desembolsar mais do que R$ 12 milhões.
A cifra equivale ao que o Flamengo recebe anualmente da Petrobras e representa o mais alto patrocínio no país. Atualmente, o São Paulo recebe da LG, multinacional de equipamentos eletrônicos, R$ 8 milhões por ano. O contrato com a empresa está em seu segundo ano e termina no final de 2005. "Esse título aumenta o interesse no São Paulo e vai fazer nosso clube crescer", disse o presidente Marcelo Portugal Gouvêa.
A LG, como ficou definido no acordo com o São Paulo celebrado no final de 2003, tem a prioridade para a renovação. "A nossa expectativa é que supere amplamente os R$ 12 milhões. O mercado estabeleceu esse teto porque o Flamengo recebe isso, mas achamos esse número pequeno pelos produtos que temos a oferecer", afirma o diretor de planejamento do clube, João Paulo Jesus Lopes.
No estudo para definir o valor da marca, os executivos chegaram a um número que ultrapassa os R$ 80 milhões, que, segundo eles, representaria o valor gasto pelo atual patrocinador em um ano com inserções publicitárias.
"Na verdade, a LG comprou R$ 80 milhões por R$ 8 milhões. Estamos praticando um preço bem abaixo do que valemos", argumenta Jesus Lopes.
Para o próximo patrocinador, os são-paulinos vão oferecer um pacote de produtos e exclusividade, algo semelhante ao que o Real Madrid faz com a Siemens.
Isso significa que a empresa apareceria sozinha na camisa do clube, nas placas publicitárias nos CTs e no Morumbi, nos painéis de entrevistas, em publicidades em prospectos e na internet, além da programação visual do Morumbi em placas indicativas e no telão instalado no estádio.
Atualmente, a LG divide esses espaços com outros parceiros são-paulinos, a Topper e o Habib's, cujos contratos também vencem ao final deste ano.
Para obter um patrocínio mais gordo, o São Paulo também vai usar como argumento os bons índices de audiência conseguidos em seus jogos na Libertadores.
O principal deles foi o confronto com o River Plate, no Morumbi, que alcançou 45 pontos no Ibope, a maior audiência em um jogo de clubes neste ano. A estratégia do departamento de marketing são-paulino é, a partir do próximo mês, já oferecer o pacote a potenciais patrocinadores. Para isso, o clube terá a ajuda dos publicitários que compõem o Gesp.
O São Paulo fará uma licitação para receber propostas. A melhor delas será apresentada à LG, que exercerá ou não a prioridade de renovação. Para fechar o atual contrato, os sul-coreanos tiveram de ir à Justiça para fazer valer sua prioridade de patrocinar o clube, que à época havia anunciado a Siemens como parceira. Mas aumentou de R$ 8 milhões, pagos pelo biênio 2002/2003, para R$ 16 milhões por mais dois anos de contrato. (EDUARDO ARRUDA E TONI ASSIS)


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