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TÊNIS
Acontece...
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Serena Williams foi, então,
para o seu segundo serviço. E
isso é raro: geralmente, ela coloca
a bola onde quer já no primeiro
saque. A norte-americana precisava ganhar aquele ponto, sob pena de ter o serviço quebrado e o
set perdido. Eis outra situação rara: geralmente é ela, Serena,
quem força a quebra do saque da
adversária para fechar o set.
O saque saiu relativamente fraco, algo incomum. Na troca de
bola, debaixo de forte sol, a número um do mundo, surpreendentemente, soltou um backhand
lento, murcho, baixo. A bola morreu na rede, e Serena Williams,
acredite, perdeu o ponto, o game,
o set, o jogo, o campeonato.
Habituada a fechar pontos, games, sets, jogos, campeonatos e erguer os braços, uma mera formalidade para agradecer os insistentes aplausos, Serena deixou evidente, na quadra principal do Family Circle Tennis Center, em
Charleston, Carolina do Sul, nos
EUA, que estava incomodada
com aquela inusitada situação.
Olhou ostensivamente, quase
com raiva, para Justine Henin, a
belga que a venceu em dois sets
na decisão e ficou com o troféu.
Em vez de baixar a cabeça, como fazem geralmente os derrotados após a final, continuou a encarar Henin enquanto esta desfilava pela quadra, ovacionada.
Encarou também o público, como
se estranhasse as palmas irem para outra tenista que não ela.
Em vez de afundar a cabeça na
toalha, como também fazem os
perdedores, Serena a balançava
de um lado para outro, contrariada com alguma coisa: a bola, a
raquete, o vento, a adversária, o
jogo, o juiz, o público, vai saber.
O que se sabe, e não é novidade,
é que é cada vez mais difícil ver
Serena Williams sair de uma
quadra derrotada. Ela própria se
acostumou de tal modo a isso
que, hoje, uma derrota é capaz de
deixá-la mais irritada do que
qualquer outra coisa.
Recentemente, apresentaram à
número um do mundo o desempenho de Martina Navratilova
em 1983: 86 vitórias e 1 derrota.
Primeiro, relatam, Serena não
acreditou. Depois, passou a considerar, quase como um sonho. Por
fim, confidenciam pessoas próximas a ela, Serena já se imaginava
rasgando o ano sem perder.
A queda diante de Henin no domingo, a primeira neste ano e
desde o longínquo mês de novembro do ano passado, põe fim a esse
sonho (plano?) de Serena.
A ela, diria: "Tudo bem perder,
Serena. Às vezes acontece".
Por aqui, Maria Fernanda Alves, Bruna Colósio, Joana Cortez
e Carla Tiene, as quatro melhores
tenistas do país, se reúnem hoje
em Campinas. Capitaneadas por
Andréa Vieira, treinam para o
Grupo Americano da Fed Cup,
versão feminina da Davis, que começa daqui a uma semana, na
Sociedade Hípica de Campinas.
Esforçam-se para avançar, mas
não é fácil, pelo menos para elas.
Nanda Alves está em sua melhor
fase, mas é apenas a 254ª do ranking. Colósio é a 379ª, Cortez está
em 389º lugar, e Tiene, em 440º.
Realidade bem distante daquela com Serena Williams, Justine
Henin...
Garotos em evolução
Na primeira etapa do Grand Slam juvenil, os campeões foram Nicole
Herzog e João Vitor Fernanda (categoria 12 anos), Rafael Garcia e Gabriela Vieira (14), Lucas Jovita e Isabela Kulaif (16) e Ricardo Hocevar
e Liége Vieira (18). Nesta semana, 400 tenistas jogam a segunda etapa
do Circuito Credicard MasterCard Juniors Cup, em Ribeirão Preto.
Garotas em euforia
Sorte é pouco. Ter o Canadá como rival na repescagem da Davis, em
setembro, era tudo o que Ricardo Acioly, Guga & Cia. queriam.
Garotos e garotas sobre rodas
Foi um sucesso (com triunfo francês) o Brasil Open de cadeira de rodas, em Brasília (cidade cotada para receber o Mundial-2005).
E-mail reandaku@uol.com.br
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