São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2006

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COPA 2006

Parreira arma esquema para afastar astro de assédio e diz que ele terá liberdade total para jogar pela seleção

Ronaldinho terá blindagem para brilhar

DA SUCURSAL DO RIO

E DO ENVIADO AO RIO

O meia-atacante Ronaldinho, maior astro do futebol mundial hoje, terá tratamento especial na seleção brasileira tanto dentro como fora de campo durante a Copa do Mundo da Alemanha 2006.
Segundo o técnico Carlos Alberto Parreira, será criada uma espécie de blindagem para que o jogador sofra menos com o assédio da imprensa e dos torcedores.
"Já existe um trabalho, uma preocupação da comissão técnica para que nada interfira no comportamento, no descanso e no desempenho dele", disse Parreira.
"Já basta deste bombardeio que ele sofre fora do campo. O Ronaldinho é hoje um dos jogadores mais solicitados do planeta e será sem dúvida nenhuma o mais observado na Copa", completou.
Campeão espanhol pelo Barcelona na atual temporada, Ronaldinho é um dos atletas brasileiros que menos terão descanso antes do início do Mundial.
Amanhã, ele participa da final da Copa dos Campeões da Europa, contra o Arsenal, na França.
Dos jogadores convocados ontem para a seleção, os volantes Edmílson, outro que joga pelo time catalão, e Gilberto Silva, que atua pela equipe inglesa, também devem estar em campo.
Além da proteção que terá fora de campo, Ronaldinho, eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo em 2004 e 2005, terá privilégios também dentro das quatro linhas.
Parreira, criticado muitas vezes por utilizar o atleta na seleção fora da posição em que ele atua no Barcelona, o que explicaria seu rendimento inferior com a camisa verde-amarela, declarou que ele terá liberdade total nos gramados alemães -o Brasil estréia no dia 13 de junho, contra a Croácia.
"O Ronaldinho é um jogador que não se enquadra em nenhum esquema de força. Ele tem que jogar como faz no Barcelona, com liberdade", declarou Parreira.
"Enganam-se aqueles que acham que ele joga pelo lado esquerdo. O Ronaldinho joga é com a bola nos pés, por todos os setores do campo. E não pode ser diferente, ele tem que ter liberdade para fazer o que ele quiser."
Segundo Parreira, o fato de o meia-atacante se destacar mais no clube espanhol do que no time nacional se deve à quantidade de partidas disputadas.
"A seleção brasileira é uma coisa, e o Barcelona é outra. Lá, ele joga 60 jogos por ano. Na seleção, são 10. É evidente que ele vai aparecer muito mais lá do que aqui", analisou o técnico.
Parreira disse considerar ainda que a presença de outras grandes estrelas na seleção brasileira, como Kaká, Ronaldo e Adriano, ofusca um pouco o brilho do jogador gaúcho. Com os outros astros em campo, existe uma divisão de responsabilidade.
"Lá [no Barcelona] ele é a única estrela, o palco é só dele. Na seleção, ele tem muitos outros bons jogadores a seu lado", completou.
Após a disputa da Copa dos Campeões, Ronaldinho terá pouco tempo para descansar.
A apresentação dos convocados está prevista para a próxima segunda-feira, na cidade de Weggis, na Suíça, onde o time ficará concentrado para a preparação.
"Temos que fazer um trabalho de recuperação para que eles [jogadores que atuam na Europa] possam estar inteiros na Copa. Vamos fazer avaliações nos dois primeiros dias de treinamentos. É isso o que vai ditar nosso ritmo de trabalho", adiantou Parreira.
"O ideal seria termos mais tempo [para treinar]. Mas não podemos chorar. Se fosse um trabalho que tivesse que ser feito desde o início seria difícil, mas temos uma base das eliminatórias e da Copa das Confederações."
No dia 30 de maio, o treinador fará um primeiro teste com a equipe que deverá estrear no Mundial contra os croatas. Os brasileiros disputam um amistoso contra a seleção da Lucerna, na Basiléia, cidade suíça.
O segundo e último teste para entrosar a seleção e o quarteto, que tem Ronaldinho como uma das principais peças, antes do início da Copa será contra a Nova Zelândia, em Genebra, também na Suíça, no dia 4 de junho.
Além da Croácia, o Brasil, que faz parte do Grupo F, pegará Austrália e Japão. (SÉRGIO RANGEL E EDUARDO VIEIRA DA COSTA)


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