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COPA 2006
Parreira arma esquema para afastar astro de assédio e diz que ele terá liberdade total para jogar pela seleção
Ronaldinho terá blindagem para brilhar
DA SUCURSAL DO RIO
E DO ENVIADO AO RIO
O meia-atacante Ronaldinho,
maior astro do futebol mundial
hoje, terá tratamento especial na
seleção brasileira tanto dentro como fora de campo durante a Copa
do Mundo da Alemanha 2006.
Segundo o técnico Carlos Alberto Parreira, será criada uma espécie de blindagem para que o jogador sofra menos com o assédio da
imprensa e dos torcedores.
"Já existe um trabalho, uma
preocupação da comissão técnica
para que nada interfira no comportamento, no descanso e no desempenho dele", disse Parreira.
"Já basta deste bombardeio que
ele sofre fora do campo. O Ronaldinho é hoje um dos jogadores
mais solicitados do planeta e será
sem dúvida nenhuma o mais observado na Copa", completou.
Campeão espanhol pelo Barcelona na atual temporada, Ronaldinho é um dos atletas brasileiros
que menos terão descanso antes
do início do Mundial.
Amanhã, ele participa da final
da Copa dos Campeões da Europa, contra o Arsenal, na França.
Dos jogadores convocados ontem para a seleção, os volantes
Edmílson, outro que joga pelo time catalão, e Gilberto Silva, que
atua pela equipe inglesa, também
devem estar em campo.
Além da proteção que terá fora
de campo, Ronaldinho, eleito pela
Fifa o melhor jogador do mundo
em 2004 e 2005, terá privilégios
também dentro das quatro linhas.
Parreira, criticado muitas vezes
por utilizar o atleta na seleção fora
da posição em que ele atua no
Barcelona, o que explicaria seu
rendimento inferior com a camisa
verde-amarela, declarou que ele
terá liberdade total nos gramados
alemães -o Brasil estréia no dia
13 de junho, contra a Croácia.
"O Ronaldinho é um jogador
que não se enquadra em nenhum
esquema de força. Ele tem que jogar como faz no Barcelona, com
liberdade", declarou Parreira.
"Enganam-se aqueles que
acham que ele joga pelo lado esquerdo. O Ronaldinho joga é com
a bola nos pés, por todos os setores do campo. E não pode ser diferente, ele tem que ter liberdade
para fazer o que ele quiser."
Segundo Parreira, o fato de o
meia-atacante se destacar mais no
clube espanhol do que no time
nacional se deve à quantidade de
partidas disputadas.
"A seleção brasileira é uma coisa, e o Barcelona é outra. Lá, ele
joga 60 jogos por ano. Na seleção,
são 10. É evidente que ele vai aparecer muito mais lá do que aqui",
analisou o técnico.
Parreira disse considerar ainda
que a presença de outras grandes
estrelas na seleção brasileira, como Kaká, Ronaldo e Adriano,
ofusca um pouco o brilho do jogador gaúcho. Com os outros astros
em campo, existe uma divisão de
responsabilidade.
"Lá [no Barcelona] ele é a única
estrela, o palco é só dele. Na seleção, ele tem muitos outros bons
jogadores a seu lado", completou.
Após a disputa da Copa dos
Campeões, Ronaldinho terá pouco tempo para descansar.
A apresentação dos convocados
está prevista para a próxima segunda-feira, na cidade de Weggis,
na Suíça, onde o time ficará concentrado para a preparação.
"Temos que fazer um trabalho
de recuperação para que eles [jogadores que atuam na Europa]
possam estar inteiros na Copa.
Vamos fazer avaliações nos dois
primeiros dias de treinamentos. É
isso o que vai ditar nosso ritmo de
trabalho", adiantou Parreira.
"O ideal seria termos mais tempo [para treinar]. Mas não podemos chorar. Se fosse um trabalho
que tivesse que ser feito desde o
início seria difícil, mas temos uma
base das eliminatórias e da Copa
das Confederações."
No dia 30 de maio, o treinador
fará um primeiro teste com a
equipe que deverá estrear no
Mundial contra os croatas. Os
brasileiros disputam um amistoso contra a seleção da Lucerna, na
Basiléia, cidade suíça.
O segundo e último teste para
entrosar a seleção e o quarteto,
que tem Ronaldinho como uma
das principais peças, antes do início da Copa será contra a Nova
Zelândia, em Genebra, também
na Suíça, no dia 4 de junho.
Além da Croácia, o Brasil, que
faz parte do Grupo F, pegará Austrália e Japão.
(SÉRGIO RANGEL E EDUARDO VIEIRA DA COSTA)
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