São Paulo, domingo, 16 de julho de 2000


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"Me abafaram, eu apaguei", recorda Friaça

DA REPORTAGEM LOCAL

Autor do único gol brasileiro na final da Copa de 50, Friaça destoa hoje dos seus colegas de equipe pela alegria que mantém mesmo ao ser abordado sobre a derrota. Diz-se muito feliz e em paz.
Chama ainda a atenção o modo com que constrói os seus pensamentos, juntando frases às vezes desconexas, numa aparente perda da lucidez.
Outra característica o distingue entre os 11 daquele 16 de julho, que envelheceram pobres: em Porciúncula, interior fluminense, onde vive, Friaça, 75, é dono de uma loja de material de construção e de uma fazenda. (FV)

Folha - Tanto tempo depois, o que restou daquele jogo na sua memória?
Friaça -
Driblei para a direita, para a esquerda, o Máspoli deixou o canto direito aberto. Quando vi que tinha feito o gol, uma pessoa veio me abraçar. Era o "speaker" da Rádio Nacional (César de Alencar). Dentro de cinco minutos eu já não via nada. Me abafaram, eu apaguei. Quando acordei, estava tudo escuro. Dei um "leonor" na bola, um tapa, porque nunca chamei a bola de você, só de excelência, ela tinha de me respeitar um bocadinho (risos).

Folha - Este episódio nunca vai morrer?
Friaça -
Chamo o futebol de um perfume: hoje você tem no corpo e amanhã não tem mais. Caso do nosso espetacular Barbosa. Tomou um gol e foi crucificado. Foi um dos melhores goleiros que já vi jogar no mundo. Não foi culpado, não. Não podemos fazer isso, não. Deus que me livre e guarde.


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