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São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2003

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TÊNIS

Como é que é?

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Já houve época em que o tênis feminino brasileiro era um sucesso. Não havia quem não soubesse dos feitos de Maria Esther Bueno. Aqui, a grande campeã Estherzinha; lá fora, a graciosa e talentosa Miss Maria Bueno. Mas isso ficou 40 anos para trás.
Hoje, muito pouco se sabe sobre o tênis feminino nacional. Os resultados das meninas são quase inexpressivos, principalmente se comparados aos obtidos por Gustavo Kuerten, Flávio Saretta, André Sá e Fernando Meligeni nos últimos anos.
À falta de resultados imponentes, soma-se o desinteresse da maioria do público, seja torcida, mídia e patrocinadores. Maria Fernanda Alves, Bruna Colósio, Larissa Carvalho, Joana Cortez, Carla Tiene, Letícia Sobral estão por aí, mas quem sabe delas?
Na última semana de abril, por exemplo, elas deram um passo importante ao qualificar o país para disputar a repescagem do Grupo Mundial da Fed Cup. Pouca gente comentou. Não é nada, não é nada, é a chance de disputar a versão feminina da Copa Davis na elite internacional.
À época, foi notória e contagiante a alegria das meninas, Alves, Colósio, Cortez e Tiene, capitaneadas pela ex-tenista Andréa Vieira na disputa em Campinas.
"Eu via os jogos da Copa Davis e ficava pensando quando teria uma chance dessas", disse Alves, líder daquela equipe, com um brilho nos olhos. "Acho importante defender o Brasil; é uma honra defender sua nação." "É uma competição muito importante para o Brasil", bradava Tiene, também feliz e bastante honrada com a conquista.
Neste fim de semana, então, é a vez de o Brasil jogar contra a Croácia para tentar subir para o Grupo Mundial. O confronto será em Varazdin, no saibro. Não será fácil. A Croácia, além de jogar em casa, tem três tenistas entre as cem do mundo (Karolina Sprem, Silvija Talaja e Iva Majoli).
Só que, a despeito de tudo o que disseram, Alves e Tiene não estarão lá, ajudando o time brasileiro, desta vez capitaneado pela ex-tenista Luciana Tella. Optaram, surpreendentemente, por ficar por aqui, defendendo seus interesses em um challenger que está rolando em Campos do Jordão.
Não que o torneio seja pequeno: pelo contrário, é bem organizado, com ótimos jogos. Mas a participação em Campos do Jordão evidencia uma certa incoerência na carreira de nossa tenista mais bem ranqueada.
Em 2001, Alves disputava torneios de US$ 10 mil. Teve uma excelente temporada, ganhou tudo, subiu no ranking mundial e falou que ia evoluir. Em 2002, passou a jogar os torneios que distribuíam US$ 25 mil, mas não conseguiu uma série boa de resultados.
Ainda assim, percebeu que fazia parte do aprendizado e disse que não desistiria. Parecia estar no bom caminho. Neste ano, porém, voltou a jogar os torneios menos competitivos. Jogou a Fed Cup em Campinas e, agora, volta aos challengers de US$ 25 mil.
Deixa a impressão de que a carreira vai ao sabor dos ventos. Se o cenário do tênis feminino não é dos melhores, o de nossa melhor tenista também não anima.

Circuito juvenil
O Novo Rio Country Club recebe até domingo a terceira etapa do Circuito Banco do Brasil. São 250 tenistas infanto-juvenis de 17 Estados nas categorias 12, 14 e 16 anos, no masculino e no feminino.

Confederação Brasileira
Jorge Lacerda da Rosa, presidente da federação catarinense, está atrás de Nelson Nastás, presidente da CBT. Rosa diz que a confederação deve R$ 147 mil e não paga. Nastás diz que responderá na Justiça.

Campeonato Brasileiro
Rodrigo Guidolim, Fernanda Hermenegildo, André Miele, Bruna Cunha, Fernando Souza, Paola Costa, Lucas Gobbi, Mariel Maffezzolli, André Tavares e Isadora Simões obtiveram os títulos em Brasília.

E-mail reandaku@uol.com.br


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