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TÊNIS
Como é que é?
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Já houve época em que o tênis
feminino brasileiro era um sucesso. Não havia quem não soubesse dos feitos de Maria Esther
Bueno. Aqui, a grande campeã
Estherzinha; lá fora, a graciosa e
talentosa Miss Maria Bueno. Mas
isso ficou 40 anos para trás.
Hoje, muito pouco se sabe sobre
o tênis feminino nacional. Os resultados das meninas são quase
inexpressivos, principalmente se
comparados aos obtidos por Gustavo Kuerten, Flávio Saretta, André Sá e Fernando Meligeni nos
últimos anos.
À falta de resultados imponentes, soma-se o desinteresse da
maioria do público, seja torcida,
mídia e patrocinadores. Maria
Fernanda Alves, Bruna Colósio,
Larissa Carvalho, Joana Cortez,
Carla Tiene, Letícia Sobral estão
por aí, mas quem sabe delas?
Na última semana de abril, por
exemplo, elas deram um passo
importante ao qualificar o país
para disputar a repescagem do
Grupo Mundial da Fed Cup. Pouca gente comentou. Não é nada,
não é nada, é a chance de disputar a versão feminina da Copa
Davis na elite internacional.
À época, foi notória e contagiante a alegria das meninas, Alves, Colósio, Cortez e Tiene, capitaneadas pela ex-tenista Andréa
Vieira na disputa em Campinas.
"Eu via os jogos da Copa Davis
e ficava pensando quando teria
uma chance dessas", disse Alves,
líder daquela equipe, com um brilho nos olhos. "Acho importante
defender o Brasil; é uma honra
defender sua nação." "É uma
competição muito importante para o Brasil", bradava Tiene, também feliz e bastante honrada com
a conquista.
Neste fim de semana, então, é a
vez de o Brasil jogar contra a
Croácia para tentar subir para o
Grupo Mundial. O confronto será
em Varazdin, no saibro. Não será
fácil. A Croácia, além de jogar em
casa, tem três tenistas entre as
cem do mundo (Karolina Sprem,
Silvija Talaja e Iva Majoli).
Só que, a despeito de tudo o que
disseram, Alves e Tiene não estarão lá, ajudando o time brasileiro, desta vez capitaneado pela ex-tenista Luciana Tella. Optaram,
surpreendentemente, por ficar
por aqui, defendendo seus interesses em um challenger que está
rolando em Campos do Jordão.
Não que o torneio seja pequeno:
pelo contrário, é bem organizado,
com ótimos jogos. Mas a participação em Campos do Jordão evidencia uma certa incoerência na
carreira de nossa tenista mais
bem ranqueada.
Em 2001, Alves disputava torneios de US$ 10 mil. Teve uma excelente temporada, ganhou tudo,
subiu no ranking mundial e falou
que ia evoluir. Em 2002, passou a
jogar os torneios que distribuíam
US$ 25 mil, mas não conseguiu
uma série boa de resultados.
Ainda assim, percebeu que fazia parte do aprendizado e disse
que não desistiria. Parecia estar
no bom caminho. Neste ano, porém, voltou a jogar os torneios
menos competitivos. Jogou a Fed
Cup em Campinas e, agora, volta
aos challengers de US$ 25 mil.
Deixa a impressão de que a carreira vai ao sabor dos ventos. Se o
cenário do tênis feminino não é
dos melhores, o de nossa melhor
tenista também não anima.
Circuito juvenil
O Novo Rio Country Club recebe até domingo a terceira etapa do
Circuito Banco do Brasil. São 250 tenistas infanto-juvenis de 17 Estados nas categorias 12, 14 e 16 anos, no masculino e no feminino.
Confederação Brasileira
Jorge Lacerda da Rosa, presidente da federação catarinense, está
atrás de Nelson Nastás, presidente da CBT. Rosa diz que a confederação deve R$ 147 mil e não paga. Nastás diz que responderá na Justiça.
Campeonato Brasileiro
Rodrigo Guidolim, Fernanda Hermenegildo, André Miele, Bruna
Cunha, Fernando Souza, Paola Costa, Lucas Gobbi, Mariel Maffezzolli, André Tavares e Isadora Simões obtiveram os títulos em Brasília.
E-mail reandaku@uol.com.br
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