UOL


São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Carreata para festejar terceiro título da Liga Mundial, a 1ª desde o ouro olímpico em 92, nasceu de sugestão de executivo

Idéia da TV, desfile reúne 50 mil em SP

Caio Guatelli/Folha Imagem
Em carro dos bombeiros, a seleção masculina de vôlei, desfalcada de Giba, Giovane e Ricardinho, chega ao Ibirapuera, em São Paulo


MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez em 11 anos, a seleção brasileira masculina de vôlei voltou a desfilar no país. Ontem, em São Paulo, cerca de 50 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, acompanharam em algum momento o desfile da equipe campeã da Liga Mundial.
A primeira carreata desde os festejos pelo então inédito ouro olímpico, em 1992, nasceu de uma conversa do presidente da CBV, Ary da Graça Filho, com o diretor de esportes da Rede Globo, Luiz Fernando Lima, no domingo.
"Quem teve a idéia foi o Luiz Fernando Lima, da Globo. Ele me disse que a repercussão com o título era enorme no Brasil, que a gente devia aproveitar. Porque no Mundial de 2002 a TV não pôde transmitir, mas neste ano todas as partidas passaram e todo mundo comentava a vitória", afirmou Graça Filho antes do desfile.
A Central Globo de Comunicações confirmou a existência da conversa, mas negou que tenha partido dela o plano para que a seleção desfilasse no país.
São Paulo foi escolhida porque a delegação desembarcou da Europa na cidade, disse o dirigente, para quem o aval dos jogadores não foi obstáculo. "Quando falei da idéia para os atletas, ficaram encabulados. Mas viram que seria uma homenagem à torcida."
"O presidente nos avisou no jantar de domingo, foi uma surpresa, mas gostamos da idéia. Estão todos cansados, mas vale a pena. Acho que não vai durar muito", disse o líbero Escadinha.
"Não lembro quando desfilei com a seleção. Acho que foi depois de Barcelona", arriscou o levantador Maurício, um dos dois remanescentes da comemoração em São Paulo em 1992 -o outro, Giovane, que irá se casar na sexta-feira, não desfilou ontem.
Ricardinho, que acompanhou o nascimento de sua filha, também não participou da carreata, assim como Giba, que ficou na Espanha.
"Acho que vai ser a minha primeira vez pelo Brasil. Não deu no Mundial da Argentina, na Liga Mundial de 2001...", afirmou o capitão Nalbert antes de subir no carro do Corpo de Bombeiros.
Com a conquista do inédito título do Mundial, em outubro passado, foi programado um desfile pela orla marítima do Rio, no mesmo dia da chegada ao país. Entretanto, após passar por São Paulo e Brasília, onde foi homenageada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, a equipe alegou cansaço e cancelou o evento de última hora.
Na vitoriosa campanha na Argentina, as partidas da seleção brasileira masculina só foram transmitidas na íntegra pela Sportv, emissora de canal fechado das Organizações Globo.
A TV Globo, que tinha os direitos para canal aberto, optou por exibir só flashes dos jogos.
Antes da final contra a Rússia, a emissora chegou a anunciar a transmissão da partida completa, prevista para começar no fim da tarde de um domingo. No entanto manteve o "Domingão do Faustão", optou pelos flashes e apenas entrou em definitivo com a decisão já no quarto set -a seleção derrubou a Rússia no quinto.

Quase três horas
Ontem, o desfile começou às 11h30 e durou quase três horas. Passou pelo centro histórico de São Paulo e terminou no ginásio do Ibirapuera, já sem o técnico Bernardinho e três atletas, Maurício, Henrique e André Heller, que desceram na avenida Paulista.
"A gente não sabia como seria. Desde que estou na seleção nunca teve nada assim. Foi até inesperado o modo como todos nos acompanharam", declarou Rodrigão.


Texto Anterior: Futebol - Tostão: A perfeição quase existe
Próximo Texto: Basquete: Lula reforça renovação na seleção
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.