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TÊNIS
Ricardo Mello crava três "pneus", Gustavo Kuerten vence por 3 sets a 0 e país pode eliminar Antilhas Holandesas hoje
Brasil faz obrigação e massacra na Davis
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A JOINVILLE
A equipe brasileira fez exatamente o que se esperava dela.
Massacrou os jogadores das Antilhas Holandesas nos dois jogos de
simples que abriram o confronto,
e agora espera garantir hoje, no
jogo de duplas, uma vaga na final
do Grupo 2 Americano da Davis.
O primeiro a entrar em quadra
foi Ricardo Mello, o mais inexperiente na competição entre os
atletas brasileiros, que impôs três
pneus (6/0) em David Josepa.
Logo depois foi a vez de Gustavo
Kuerten vencer Alexander Blom
por 6/1, 6/3 e 6/2.
Pela primeira vez desde que foi
alçado ao Grupo Mundial da Davis, em 1981, um jogador brasileiro não permitiu que seu rival
marcasse um ponto sequer.
"Não esperava que a partida
fosse tão tranqüila assim. Como
este era meu primeiro jogo no
Brasil, eu entrei em quadra um
pouco nervoso, mas estava muito
focado", disse Mello, 24.
Como já era esperado, o tenista
de Campinas passeou em quadra.
Josepa ainda deu um susto inicial,
marcando 30-0 no primeiro game, mas logo na seqüência cometeu duas duplas-faltas. "Ele até começou bem, mas fez uns erros bobos, e eu aproveitei para me distanciar no placar", afirmou.
Atendendo a pedidos do capitão, Fernando Meligeni, Mello
não fez brincadeiras durante a
partida -que durou uma hora e
20 minutos-, já que nenhum dos
antilhanos é ranqueado.
"Foi a única coisa que eu pedi.
Que ele tivesse respeito pelo garoto que estava ali tentando fazer o
seu melhor", disse Meligeni.
O rival não ofereceu resistência,
mas pegou Mello no melhor momento de sua carreira. No 51º lugar no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais)
-melhor marca alcançada por
ele-, é o brasileiro mais bem
ranqueado hoje. Como recompensa, foi premiado com o posto
de número um da equipe. E, pelo
menos ontem, correspondeu à
responsabilidade nele confiada.
Mas a partida mais aguardada
do dia era mesmo a de Guga. Não
só por ser seu retorno ao time da
Davis após boicote à administração de Nelson Nastás na presidência de Confederação Brasileira de
Tênis e a segunda cirurgia no quadril mas também para saber quais
são suas condições de jogo, depois de mais de um mês de dedicação exclusiva a treinos -ele
não jogava desde maio.
Apesar de se dizer pronto para
jogos em melhor de cinco sets,
Guga se surpreendeu com o cansaço após pouco mais de uma hora e 40 minutos de partida. "Achei
que, pelo que vinha treinando, eu
me sentiria melhor, mas acho que
no jogo tem também o nervosismo, que atrapalha um pouco."
O tenista também festejou o fato
de pegar um rival fraco em sua
volta à Davis. "Para mim, foi bom
porque posso usar esses jogos como preparação. É melhor atuar
contra eles do que enfrentar um
jogo do circuito", disse Guga, que
atuou ontem pela oitava vez no
ano, só pela segunda vez em melhor de cinco sets -foi sua terceira vitória. "Voltar a jogar a Davis é
bom para manter a motivação, independentemente do rival."
Hoje, André Sá e Flávio Saretta
enfrentam Raoul Behr e Bloom na
partida que pode dar a vitória ao
Brasil, a partir das 13h.
NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 13h
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