São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

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FUTEBOL

Carlitos, Roger e muitos gols

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO

É incontestável a lógica do treinador do Corinthians quando questionado sobre a quantidade de gols que o time vem sofrendo. Se fizermos mais gols do que levamos, diz Márcio Bittencourt, seremos campeões.
De fato, mas a questão que deveria ser colocada é a seguinte: para fazer tantos gols o Corinthians realmente precisa, em contrapartida, ter a terceira defesa mais vazada do campeonato? Ou seja, a ofensividade do time é a causa da fragilidade defensiva? Melhorar a defesa seria necessariamente piorar o ataque?
Não creio. O esquema defensivo do Corinthians poderia, sim, ser mais eficiente sem prejuízo do sistema ofensivo. A começar pelo goleiro -cuja cota de bolas defensáveis que acabam entrando já ultrapassou o tolerável.
Há, além disso, deficiências técnicas e de posicionamento. Em parte o problema poderia ser minorado com a presença de Mascherano, mas a necessária seqüência de jogos para melhor entrosá-lo na equipe foi comprometida por problemas físicos.

 

Zetti, treinador da Ponte, disse que o verdadeiro fator de desequilíbrio no jogo de domingo foi Roger, e não Carlitos Tevez. Tudo bem, Roger teve papel fundamental, mas é preciso querer inventar para retirar do argentino o papel de principal figura da partida.
Roger foi inteligente em suas aparições na área partindo de trás -e foi de uma eficiência ímpar nas finalizações. Seus chutes cruzados, com pouco ângulo, são mortíferos. E aquela trivelinha meio de bico no segundo gol foi show. Foram duas finalizações mais difíceis do que a desperdiçada por Danilo, na cara do gol.
Para não entrar num Fla-Flu boboca, vamos combinar: os dois, Roger e Carlitos, mataram a pau e dizimaram a Ponte, que no primeiro tempo parecia estar com mais futebol para sair de campo com a vitória. Prevaleceu, mais uma vez, a qualidade -e, ao que parece, o dedo de Márcio Bittencourt, cuja cotação vai subindo na bolsa de técnicos brasileiros.
 

Carlos Alberto Parreira, parece disposto a escalar Ronaldo e Adriano juntos contra a Croácia. É um velho desejo que ainda não foi realizado pelo treinador da seleção. A dupla deve ser testada. São duas potências ofensivas, com incrível capacidade de finalizar e resolver jogos de uma hora para outra. Mas será muito difícil deixar Robinho de fora da equipe titular. Contra a Croácia, ele pode até entrar no lugar de Ronaldinho. Depois, caberá a Parreira tomar a espinhosa decisão.
Torço para uma boa atuação do zagueiro Alex, ex-Santos, atual PSV. Poderá dar à defesa brasileira uma firmeza que Roque Júnior não tem conseguido. Creio que mais para a frente ainda será o caso de convocar Edmílson. Com o chamado "quarteto", nossos volantes precisam de uma energia que Emerson talvez já não tenha. O próprio Renato -excelente jogador- está a merecer um teste como titular.

Palmeiras lá
Num torneio de nível técnico relativamente equilibrado, o Palmeiras tem, sim, chances de disputar o título. Não é favorito, mas pode logo entrar no grupinho de cima da tabela. Leão sabe que sua equipe apresenta muitos problemas ou, como ele disse, "falta muito para chegar ao ideal". Mas a seqüência invicta vai dando moral e mostra que o Palmeiras pode ir mais longe do que se imaginava.

Projeto rubro-negro
O Flamengo, que segundo seus dirigentes, teria "um dos sete melhores elencos" do torneio está lá de novo, na zona do descenso. Enquanto isso, o presidente Márcio Braga fala em erguer um Centro Técnico com projeto de Oscar Niemeyer. E para o time não tem projeto?

E-mail: mag-machado@uol.com.br

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