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FUTEBOL
Dois excelentes ataques
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Enquanto Vasco e Flamengo fazem o clássico de mais
tradição na rodada, Santos e São
Paulo disputam a partida de
mais qualidade técnica.
Isso não significa que os dois times paulistas são os melhores.
O São Caetano é o líder do Brasileiro com uma vitória a mais
que o Santos. O São Paulo é o sexto na média de aproveitamento.
Santos e São Paulo são os times
que fazem mais gols.
O Santos utiliza mais que o São
Paulo as jogadas pelas laterais,
com as duplas Robinho e Leo pela
esquerda e Elano e Maurinho pela direita. Há também muitas trocas de passes rápidos pelo meio
com Diego, Robinho, Elano, Alberto e Renato. Os garotos mudam muito de posição e confundem a marcação.
No São Paulo, predominam as
tabelas pelo meio com o excelente
quarteto formado por Luis Fabiano, Reinaldo, Kaká e Ricardinho.
Na partida contra o Figueirense, o time marcou dois gols em jogadas pelas laterais, o que raramente acontecia.
Ricardinho estava atuando
muito recuado, como um volante.
Isso diminuía o brilho do jogador.
Na última partida, ele jogou mais
adiantado, próximo dos atacantes. Aí, ele e Kaká desequilibram.
Como São Paulo e Santos jogam
para frente e possuem excelentes
atacantes, espera-se uma partida
de muitos gols. Não será surpresa
até uma goleada.
Simples, básico e óbvio
Há muito tempo que Romário
não faz um gol na sua jogada característica: com um olhar na bola, outro no companheiro e um
terceiro no zagueiro, o craque vê
mais que os outros.
Ele parte da intermediária, no
instante exato, para receber livre
a bola na frente. Aí, dribla o goleiro ou, com um toque de mestre,
coloca a bola no canto ou por cima do goleiro.
Contra o Paraná, Romário
aproveitou a bobeira do zagueiro
e correu com a bola da intermediária, não com a velocidade de
outros tempos, até fazer o gol.
Nos últimos anos, Romário
quase só fez gols posicionando-se
livre dentro da área.
No máximo, dá dois toques na
bola; domina e finaliza.
Enquanto os outros atacantes se
aproximam dos zagueiros, Romário afasta-se deles para receber
a bola livre.
Por que os outros atacantes não
fazem o mesmo?
Os grandes craques são os que
fazem bem as coisas simples, básicas e óbvias.
Melhores do que parecem
Há muitos jogadores no futebol
brasileiro que são carimbados,
valorizados e ganham como atletas de times grandes e jogam como se fossem de times pequenos.
São piores do que parecem.
Existem também os que são menos elogiados do que merecem.
São melhores do que parecem.
Magno Alves está longe de ser
um craque, um jogador de nível
de seleção brasileira, mas é um
excelente atacante.
É pouco elogiado.
Quando faz um belo gol -não
foram poucos como na partida
contra o Inter-, dizem no máximo, que ele aproveitou a velocidade e foi oportunista.
O grande defeito do Magno Alves e de outros jogadores pouco
valorizados pela torcida e imprensa é cometer erros bisonhos
quando atuam mal.
Aí, ninguém perdoa. São chamados de pernas-de-pau.
Além da velocidade, que é pouco aproveitada pelos técnicos,
Magno Alves melhorou muito a
finalização.
É o artilheiro do Fluminense
com nove gols. Romário tem oito.
Outro bom jogador, veloz e habilidoso, mas que finaliza mal,
pouco utilizado pelo Flu, é o Roni.
Há lugar para ele, Magno Alves
e Romário juntos. Porém aí complica para o treinador. Ele teria
de sair da mesmice tática.
Moralização do esporte
Depois que os eleitores retiraram do Congresso muitos integrantes da "bancada da bola", seria hoje um bom momento de votar a medida provisória de moralização do esporte e o Código de
Defesa do Torcedor?
Ou será que seria melhor adiar
a votação para o inicio do próximo ano, quando haverá uma
grande mudança, para melhor,
no Congresso?
Lamentável foi o parecer do relator, o deputado Ronaldo César
Coelho, que deixou de fora a CBF
e as federações estaduais das mesmas obrigações que terão os clubes. A justificativa de que seria inconstitucional, porque elas são
entidades privadas, não convence. Elas são privadas, mas de interesse público.
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
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