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FUTEBOL
"Crise" pode abrir espaço para o meia Alex se tornar titular da equipe
Seleção não sela paz entre Luxemburgo e Marcelinho
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
enviado especial a Washington
A goleada do Brasil no jogo de
anteontem contra o Equador serviu, para Wanderley Luxemburgo,
como confirmação de que seu trabalho está no caminho certo.
Mas, para quem prestou atenção
em detalhes da partida e observou
a saída do time do estádio Robert
Kennedy, o amistoso serviu mesmo para confirmar que a paz entre
o treinador e Marcelinho, selada
na semana passada, não passou de
mera jogada de marketing.
Diferentemente do primeiro
amistoso da seleção -empate por
1 a 1 contra a Iugoslávia-, em que
Marcelinho comemorou seu gol de
falta trocando beijos com Luxemburgo, ao marcar o primeiro dos
cinco gols do Brasil anteontem, o
meia-atacante preferiu abraçar
seus companheiros.
Único atleta da equipe que atua
no Brasil a ser substituído -os outros quatro que saíram jogam na
Europa-, Marcelinho aparentava
descontentamento com a entrada
de Alex em seu lugar. "A minha
parte eu fiz e estou de consciência
tranquila. Se saí, não foi por ter jogado mal. Qualquer um que conhece futebol sabe que joguei bem
e abri caminho para a vitória."
Luxemburgo, por sua vez, ficou
irritado ao ser questionado, durante a entrevista coletiva após os 5
a 1 contra o Equador, sobre o motivo de não ter trocado beijos com
Marcelinho e nem sequer falado
com ele após o ter substituído.
Visivelmente nervoso, o treinador respondeu apenas que a pergunta não cabia naquele momento, pois estava lá unicamente para
analisar taticamente a partida.
Com Marcelinho -que havia
brigado com Luxemburgo por ter
ficado insatisfeito com a reação do
técnico, que o culpara pela derrota
do Corinthians contra o Palmeiras,
há 13 dias- cada vez com menos
espaço na seleção, crescem as
chances de Alex ganhar uma vaga.
Em conversa com outros membros da comissão técnica, o treinador não só tem feito grandes elogios ao atleta palmeirense, como
tem se mostrado entusiasmado
com o futebol do atacante Élber,
autor de três gols contra o Equador, e do lateral Serginho, um dos
destaques da goleada. "O Élber não
foi uma surpresa. Sempre soube
que tem muitas qualidades e simplesmente jogou como costuma
jogar no futebol alemão."
Para Élber, os três gols podem
fortalecer sua situação na equipe.
"Não adianta ficar em casa vendo o
Brasil jogar pela TV. Quero ser titular", disse o jogador, que espera
formar dupla de ataque com Ronaldinho, quando o atleta da Inter
se recuperar dos problemas físicos
e clínicos que tem enfrentado.
Para o próximo amistoso da seleção, o terceiro da "era Luxemburgo" (contra a Rússia, em Fortaleza), a equipe deve manter formação semelhante à usada nos dois
primeiros jogos. O treinador acha
que só assim poderá dar um padrão de jogo ao time brasileiro, minimizando o problema da falta de
tempo para treinar o grupo.
Sobre a convocação de Ronaldinho para o próximo amistoso, Luxemburgo foi evasivo, já que o atleta vem enfrentando problemas para voltar a jogar futebol e a comissão técnica do Brasil ainda não
manteve contato com o jogador.
Segundo o técnico, antes de chamar Ronaldinho, seria importante
a CBF entrar em contato com a Inter para conhecer melhor seu estado e, se possível, mandar uma
equipe médica para examiná-lo.
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