São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 2000

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CPI vai até a "embaixada" no Rio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois assessores da CPI do Futebol, instalada no Senado, e dois policiais federais estarão hoje no Rio de Janeiro em busca de informações sobre a casa apelidada de "embaixada".
No local, segundo denúncia feita por Renata Alves, ex-procuradora do técnico Wanderley Luxemburgo, eram realizadas reuniões secretas com a presença de dirigentes de clubes, empresários e doleiros.
A viagem será feita para cumprir o que determina requerimento aprovado pela CPI na última segunda-feira.
Uma das principais informações que a comissão deseja é o número do telefone que era usado na casa. A intenção dos parlamentares é quebrar o sigilo telefônico do local.
O acompanhamento da Polícia Federal é praxe em deslocamento de técnicos da CPI.
De acordo com Renata, Luxemburgo frequentava os encontros, nos quais seriam acertados resultados de jogos e venda de jogadores. Luxemburgo nega participação nas reuniões e envolvimento com venda de atletas.
Segundo o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da CPI do Futebol, o grupo que estará no Rio aproveitará para ir à sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) cobrar o envio de contratos e outros documentos solicitados pela comissão.
"Será apenas uma visita", afirma o senador.
Álvaro Dias disse que a ida à CBF não terá caráter de diligência, busca ou blitz para coletar documentos.
A CPI já aprovou, em reunião secreta, um requerimento do senador Geraldo Cândido (PT-RJ) para realizar esse tipo de busca caso a CBF não remeta os documentos solicitados.
O senador Geraldo Althoff (PFL-SC), relator da CPI, informou ontem por meio de sua assessoria que não existe decisão sobre a realização ou não da busca.
A CPI fez uma consulta formal ao STF (Supremo Tribunal Federal) para saber se pode ou não fazer esse tipo de busca, mas ainda não recebeu resposta.
Antes do pronunciamento do STF, afirma Dias, nenhuma blitz será feita. "Não vamos nos precipitar", disse.

Exemplo
Os senadores querem evitar que se repita o que ocorreu durante a CPI dos Bancos. Na ocasião, uma busca na casa do ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes localizou um bilhete que depois foi desqualificado pela Justiça, já que a blitz foi considerada irregular.
Em situações convencionais, qualquer busca em casas ou outro tipo de instalações só pode ser feita com autorização judicial.


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