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AÇÃO
Campeão marrudo
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
O surfe nacional correu um
sério risco de ter seu primeiro campeão nacional póstumo.
Decepcionado com a derrota para Teco Padaratz nas oitavas-de-final da decisiva etapa do Super
Surf, disputada em Imbituba
(SC), Peterson Rosa saiu da água
cabisbaixo, entrou no carro e só
foi parar em Curitiba (PR).
Cumpriu o trajeto em pouco
mais de quatro horas -o que para a perigosa BR 101, também conhecida como ""Estrada da Morte", deve ser marca para disputar
a primeira fila no grid.
Fosse há alguns anos, teria xingado juízes ou, no mínimo, quebrado a prancha ao meio. Mais
experiente, depois de ter conquistado dois títulos nacionais e de ficar no sexto lugar no ranking
mundial em 98, manteve a calma
e se limitou a evitar o cumprimento de Teco, responsável pela
virtual perda do título brasileiro.
Já na capital paranaense foi
surpreendido com a notícia de
que conquistará o tricampeonato. O marrudo campeão deve ter
ficado de cara. Não esperava que
nenhum de seus dois rivais àquela altura da competição não passariam mais uma única fase, o suficiente para arrebatar seu tão sonhado título.
Atualmente em 16º no ranking
mundial, Rosa chegou a preterir
uma prova do tour, em Trestles,
EUA, para disputar a quinta etapa do Super Surf, no Rio. Ele, que
já havia sido o mais jovem campeão brasileiro de surfe, aos 20
anos, em 94, queria muito o inédito tricampeonato. Há de se entender a sua ira contida.
Seu algoz e amigo Teco entendeu. Ao subir no pódio como
campeão da etapa, deixou um
abraço para o campeão, a quem
teve a ""infelicidade" de vencer.
Assim como Teco, outro velho
parceiro de WCT, Fábio Gouveia,
teve participação no título de Rosa, ao vencer Joca Jr. na última
bateria das quartas-de-final. Três
baterias antes, tinha sido a vez de
Tadeu Pereira deixar escapar o título do circuito que liderou durante a maior parte do ano.
Os resultados conspiraram a favor de Bronco -apelido de Rosa
aqui plenamente justificado. Ele
perdeu a festa de premiação, apesar de todos os esforços da organização em levá-lo de volta, mas
não os R$ 30 mil, pelo título.
No feminino, Tita Tavares perdeu, pela primeira vez neste ano,
para Jacqueline Silva, mas já havia garantido seu primeiro título
brasileiro quando chegou às semifinais. Atualmente quarta colocada no Mundial, Tita terá a
companhia de Jac no WCT em
2001. Ambas ainda disputam o título do WQS (a divisão de acesso)
nas próximas semanas no Havaí.
Esses resultados evidenciam
que temos no WCT realmente os
melhores competidores nacionais.
E, ainda, que é importante conciliar os calendários para que aqueles que disputam o Mundial tenham a chance de brigar pelo título brasileiro. Tecnicamente o
nível da competição sobe, e o interesse do público aumenta.
Em assembléia da Abrasp na semana passada, a maioria dos
itens em discussão para a realização do Super Surf 2001 foi aprovado, inclusive o novo calendário.
Nesta semana, a Abril Eventos
anunciou a parceria com a MTV
e oficializou o circuito para 2001.
O surfe nacional, dentro e fora
do país, vive sua melhor fase.
Abrasp
Campeão brasileiro de 1989,
Pedro Muller será o presidente da Associação Brasileira de
Surf Profissional em 2001.
Skate
Dois brasileiros são campeões mundiais do WCS
(World Cup of Skateboarding). Bob Burquinst já tinha
garantido sua vitória no vertical, e, no último fim-de-semana, em São Paulo, na etapa
brasileira, Carlos de Andrade, o "Piolho", apesar de ficar
na 13ª colocação, garantiu o
título mundial de street.
Promessa
O ainda prefeito de São Paulo, Celso Pitta, prometeu, durante a inauguração do complexo viário Roberto Issá, que
vai construir uma pista de
skate no Parque do Ibirapuera até o dia 31 de dezembro.
No início deste ano, ele havia
prometido construir 25 pistas na cidade.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata
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